Vacinas podem evitar meio milhão de mortes antimicrobiana

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 01/08/2023 07h10, última modificação 31/07/2023 13h29
Estudo com autoria da OMS revela potencial da imunização para impedir propagação de bactérias, vírus, fungos e parasitas resistentes a tratamentos

As infecções resistentes a medicamentos causam 4,95 milhões de mortes por ano, a maioria delas em países em desenvolvimento.

 

Um novo estudo da Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgado na sexta-feira, descobriu que mais de meio milhão de vidas poderiam ser salvas, a cada ano, com o uso eficaz de vacinas.

 

Contenção de parasitas resistentes a tratamento


A resistência antimicrobiana, ou RAM, ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas se adaptam ao longo do tempo e deixam de ser suscetíveis aos tratamentos existentes.

 

O problema foi descrito pela OMS em 2019 como uma das 10 principais ameaças globais à saúde pública.

 

O novo estudo, publicado no jornal científico Bristol Medical Journal, destaca a importância das medidas preventivas, incluindo a vacinação, para desacelerar e conter a propagação da RAM.

 

As vacinas contribuem para um declínio nas infecções entre pessoas imunizadas e não imunizadas. Por isso, elas reduzem a necessidade de usar antimicrobianos, minimizando o risco de uso indevido. Como resultado, a disseminação de cepas resistentes cai.

 

Impactos positivos na África e Ásia


De acordo com o estudo, a maior redução de mortes seria sentida na África e no sudeste asiático, que atualmente concentram dois terços da carga de RAM evitável por vacina. 

 

Os maiores impactos seriam em relação a bactérias que causam a tuberculose e a pneumonia nessas regiões. 

 

Em nível global, a proporção estimada de pessoas com tuberculose resistente em 2021 foi de 3,6% entre os novos casos e de 18% entre os previamente tratados.

 

Segundo a OMS, as vacinas são uma ferramenta valiosa para reduzir a propagação da RAM, juntamente com outras medidas para prevenir, diagnosticar e tratar infecções.

 

Outras medidas preventivas


Dentre elas estão a garantia de acesso à água, saneamento e higiene, especialmente em unidades de saúde, programas de prevenção e controle de infecções e garantia do acesso e uso adequado de diagnósticos e medicamentos, incluindo antibióticos.

 

O estudo foi realizado pela Organização Mundial da Saúde,OMS, pelo Instituto Internacional de Vacinas da Coreia do Sul, IVI, e pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. 

 

Os autores usaram dados de 2019 para modelar o impacto potencial de 15 vacinas contra agentes infecciosos da lista de patógenos bacterianos prioritários da OMS.

 

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Fonte: ONU News

Imagem: CDC/Alissa Eckert, James Archer

Edição: Site TV Assembleia