Vacinação contra poliomielite continua baixa apesar da prorrogação
A vacinação contra poliomielite no Brasil continua abaixo do esperado, segundo o Ministério da Saúde. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022, que tem como objetivo alcançar cobertura vacinal igual ou maior que 95% na faixa etária de 1 a 5 anos de idade, alcançou apenas 51% desse público até o momento.
A campanha teve início no dia 8 de agosto e estava prevista para continuar até o dia 9 de setembro, mas foi prorrogada até o dia 30 com o intuito de aumentar as coberturas vacinais e a adesão da população à vacinação.
O grupo-alvo é de 14,3 milhões de crianças menores de cinco anos de idade, sendo que as crianças menores de 1 ano deverão ser imunizadas conforme a situação vacinal para o esquema primário. As crianças de 1 a 4 anos deverão tomar uma dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.
O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1989, mas a diminuição nos índices de vacinação pode acarretar volta da doença. Segundo dados do Ministério da Saúde, uma queda progressiva das coberturas vacinais é detectada desde 2015, quando os índices chegaram a 98,3%. Em 2021, a cobertura vacinal ficou em 69,9%.
Segundo Mariele Morandin Lopes, imunologista da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, o maior risco de a população não se vacinar é o retorno de algumas doenças previamente erradicadas. “Vimos caso semelhante acontecer com o sarampo, que também estava erradicado no Brasil, mas devido baixa cobertura vacinal tivemos novos casos recentemente”, afirma. Para a médica, os diversos estudos científicos e anos de experiência apontam que os benefícios superam imensamente qualquer possível risco da vacina.
“A possibilidade de prevenção de uma doença grave é infinitamente melhor. Os casos de crianças que possuem contraindicação com alguma vacina são exceções. Alguns exemplos são crianças que possuem grave comprometimento do sistema imunológico, com baixa produção de anticorpos”, explica.
“Além de protegerem seus filhos, estarão fazendo um ato de amor em proteger indiretamente aquelas crianças que possuem alguma imunodeficiência e tenha realmente contraindicação de se vacinar”, completa a médica.
Multivacinação
Para a campanha de multivacinação as vacinas disponíveis são: hepatites A e B, penta (DTP/Hib/Hep B), pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (vacina rotavírus humano), meningocócica C (conjugada), VOP (vacina oral poliomielite), febre-amarela, tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba, varicela), DTP (tríplice bacteriana), varicela e HPV quadrivalente (papilomavírus humano).
Estão disponíveis para os adolescentes, as vacinas HPV, dT (dupla adulto), febre-amarela, tríplice viral, hepatite B, dTpa e meningocócica ACWY (conjugada). O Ministério da Saúde reforça que todos os imunizantes que integram o Programa Nacional de Imunizações (PNI) são seguros e estão aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Como as campanhas de vacinação coincidem com a imunização contra a Covid-19 em andamento, a pasta recomenda que as vacinas contra o coronavírus poderão ser administradas de maneira simultânea ou com qualquer intervalo com as demais do calendário nacional, na população a partir de 3 anos de idade.
O aumento da cobertura vacinal tem como objetivo ampliar a proteção contra as doenças imunopreveníveis, evitando a ocorrência de surtos e de hospitalizações, sequelas, tratamentos de reabilitação e óbitos.
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Fonte: CNN
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil