Uso excessivo de celular pode aumentar risco de puberdade precoce

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 19/09/2022 08h00, última modificação 16/09/2022 18h12
No experimento, ratos tiveram níveis de melatonina reduzidos, hormônios reprodutivos aumentados e alterações físicas no ovário. Embora não seja conclusivo, o estudo indica riscos para o desenvolvimento infantil

Dados de um estudo com ratos — apresentados na 60ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica nesta sexta-feira (16/9) — sugerem que a exposição excessiva à luz azul por meio do uso prolongado de celulares ou tablets pode aumentar o risco de puberdade precoce, pois foram observadas alterações nos níveis hormonais. Os animais tiveram níveis de melatonina reduzidos, hormônios reprodutivos aumentados e alterações físicas no ovário.


A puberdade é um processo que envolve a coordenação de vários hormônios e sistemas do corpo. A redução dos níveis de melatonina já é um efeito conhecido pela ciência, o que prejudica a qualidade do sono em crianças e adultos. A luz azul inibe o aumento noturno do hormônio e interrompe o relógio biológico. No entanto, o novo estudo mostra riscos adicionais para o desenvolvimento infantil e fertilidade futura, disseram os pesquisadores.


“Descobrimos que a exposição à luz azul, suficiente para alterar os níveis de melatonina, também é capaz de alterar os níveis de hormônios reprodutivos e causar início precoce da puberdade em nosso modelo de rato. Além disso, quanto maior a exposição, mais cedo o início", comentou Aylin Kilinç Uurlu, um dos autores do estudo.

 

Entretanto, os cientistas destacam que ainda não há certeza de que os resultados encontrados em ratos podem ser replicados em crianças. A equipe planeja investigar os danos celulares e os efeitos inflamatórios detectados após uma exposição mais longa à luz azul.

 

"Embora não seja conclusivo, aconselhamos que o uso de dispositivos emissores de luz azul deve ser minimizado em crianças pré-púberes, especialmente à noite, quando a exposição pode ter os maiores efeitos de alteração hormonal”, recomendou o pesquisador Aylin Kilinç Uurlu.

 

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Fonte: Correio Brasiliense

Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Edição: Site TV Assembleia