UFPI sedia Seminário "Piauí Indígena: Luta por Direitos e Autonomia"
A Universidade Federal do Piauí sediou nesta sexta-feira (24), no Auditório Noé Mendes no Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), o Seminário Piauí Indígena: Luta por Direitos e Autonomia, O evento funcionou como uma audiência pública com o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU), a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Coordenação Regional Nordeste II da FUNAI. Para conferir a transmissão da audiência, acesse aqui.
O evento, que foi dividido em dois atos, manhã e tarde, também contou com programação no Auditório da Pós-Graduação do CCHL, com lançamento de livros e roda de conversa sobre ações da UFPI juntamente com os povos indígenas.
Sávio Tabajara, residente de comunidade indígena do Piauí, comenta sobre os problemas que foram elencados durante a audiência, como a falta da delimitação de terras. “Nós não temos nossos territórios demarcados, nós não temos essa delimitação, o agronegócio, as usinas de energia eólica, tudo isso é implantado sem que haja pedido de permissão ao conselho, que preconiza a consulta aos povos indígenas. Então, todas as problemáticas que existem dentro desses territórios têm como fonte o principal problema, a falta de demarcação de terras e um GT (Grupo de Trabalho) de enfrentamento ao assunto”, afirma.
Para a professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí (PPGPP/UFPI), Maria do Socorro da Silva Arantes, a expectativa é concluir o debate levando a criação de novas políticas públicas para os povos indígenas. “Precisamos de um base da FUNAI no estado do Piauí, assim como reivindicamos a demarcação de terras indígenas também no nosso estado. É necessário levar o debate para além da Universidade e do campo teórico, trazendo impacto na nossa sociedade”, destaca.
Dan Akroa Gamella, também residente de comunidade indígena fala sobre a discriminação ainda sofrida pelos povos originários e destaca uma necessidade de mudança de mentalidade e comportamento. A situação dos povos indígenas do Piauí é essa, somos guerreiros, somos resistentes, fazemos parte do povo que mais morreu no Piauí. “O agronegócio foi responsável pela morte de muitos indígenas e nossa nação tem raiz nesses povos, viemos sofrendo disso e com problemas na saúde, na educação e infraestrutura, pois as condições de moradia e de trabalho são precárias”, afirma.
Um dos objetivos principais do evento é conscientizar sobre a necessidade de resgate da história dos povos indígenas do Piauí, a necessidade de delimitação das terras dos povos originários e da criação de um GT de enfrentamento a essas causas.
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Fonte: Coord. Comunicação UFPI