Trabalhadores do Piauí têm o menor rendimento médio do país
Em média, os trabalhadores do Piauí tiveram ganhos mensais de R$ 1.483 em 2021, o menor valor entre os estados do Brasil. No país, a média foi 66% maior: R$ 2.476. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), obtida por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), no módulo Rendimento de Todas as Fontes. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10).
Os trabalhadores do Distrito Federal estão no outro extremo, com o maior rendimento de todos os trabalhos: por lá, a média mensal foi de R$ 4.188 em 2021. Os valores levam em consideração os rendimentos de todas as pessoas ocupadas, ou seja, inclui aquelas que trabalham de carteira assinada, na informalidade, no serviço público ou por conta própria, por exemplo. Também englobam as quantias ganhas em todos os trabalhos, nos casos em que uma pessoa tem mais de uma ocupação.
No Piauí, o contingente de pessoas que teve rendimento do trabalho foi 1,1 milhão de pessoas em 2021, o que equivale a 35,7% da população do estado. Ao todo, a pesquisa mostra que 60,2% dos habitantes do Piauí tiveram uma ou mais fontes de rendimento em 2021. Cerca de 33,4% tiveram ganhos oriundos de outras fontes como: aposentadoria e pensão (13,8%), aluguel e arrendamento (0,7%), pensão alimentícia, doação e mesada de não morador (2,4%), além de outros rendimentos (17,9%).
Trabalhadores de cor parda são maioria no Piauí, mas ganham menos
Apesar de representarem 70,1% das pessoas ocupadas do Piauí, os trabalhadores de cor parda tiveram rendimentos médios menores do que aqueles de cores branca e preta em 2021.
Enquanto o rendimento médio das pessoas de cor preta foi de R$ 1.561 e das pessoas de cor branca foi de R$ 1.938, os ganhos das pessoas de cor parda foram de R$ 1.346, em média, no estado. Isso significa que o rendimento médio das pessoas de cor preta foi 19,4% inferior aos ganhos das pessoas de cor branca no estado. A diferença se amplia entre as pessoas de cor parda e as de cor branca: os rendimentos foram 30,5% menores para os trabalhadores de cor parda.
Apesar de terem o maior rendimento médio, os trabalhadores de cor branca representavam apenas 19% do total de pessoas ocupadas no Piauí. Já os de cor preta eram 10,7% em 2021. As quantidades de trabalhadores de cada cor são proporcionais ao total de pessoas do estado: em 2019, cerca de 18,9% da população piauiense se declarava de cor branca, 10,4% se identificavam com a cor preta e 70,4% com a cor parda.
Desigualdade de rendimentos entre os sexos reduziu no Piauí, em 2021
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a diferença de rendimentos entre homens e mulheres do Piauí atingiu, em 2021, o menor patamar da série histórica. No ano passado, as mulheres do Piauí ganharam 4,7% a menos que os homens do estado.
Desde 2012, quando a PNAD Contínua teve início, é possível observar que a disparidade nos ganhos entre os sexos ocorre em todo o país. No Piauí, a diferença sempre havia ficado acima de 8%, tendo atingido o pico em 2015, quando as mulheres tiveram rendimentos 21,8% menores que os homens.
Além de ter chegado ao nível mais baixo da série histórica em 2021, a desigualdade de rendimento entre os sexos do Piauí (-4,7%) foi a 3ª menor do país. Apenas Amapá (-3,3%) e Tocantins (-0,71%) tiveram índices inferiores. No Brasil, a diferença média foi de -20%. O estado com maior disparidade foi Mato Grosso do Sul, onde as mulheres receberam 33,2% a menos.
As mulheres do Piauí tiveram rendimento médio de R$ 1.441 em 2021, enquanto a média entre os homens foi de R$ 1.513. No Brasil, o rendimento médio dos homens foi de R$ 2.698 e o das mulheres R$ 2.158. Para calcular os valores médios, foram considerados os rendimentos de todas as pessoas ocupadas, sejam aquelas que trabalham com carteira assinada, na informalidade, no serviço público ou por conta própria, por exemplo.
Piauí tem a maior proporção de domicílios com rendimento do Bolsa Família
Um em cada quatro domicílios piauienses possui moradores que receberam Bolsa Família em 2021, conforme apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A proporção de lares do Piauí nos quais houve rendimento proveniente do programa social foi de 25,8%, maior índice do Brasil. A informação foi obtida por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), no módulo Rendimento de Todas as Fontes.
A taxa do Piauí é cerca de três vezes superior à média brasileira: no país, apenas 8,6% dos domicílios tiveram rendimentos provenientes do Bolsa Família em 2021. Santa Catarina é o estado com menor proporção de residências com moradores que receberam o benefício, somente 1,9%.
Entre 2020 e 2021, houve aumento de 58,2% na proporção de domicílios piauienses que tiveram rendimento oriundo do Bolsa Família. Em 2020, o índice era de 16,3%, tendo chegado a 25,8% no ano seguinte. O crescimento impactou a posição do Piauí com relação às demais unidades da federação: desde 2012, o estado ocupava a 2ª maior posição, sempre atrás do Maranhão. Com o aumento, o Piauí superou o estado vizinho pela primeira vez.
Em números absolutos, houve um salto de 169 mil residências piauienses com rendimento do Bolsa Família em 2020 para 266 mil em 2021. Ainda assim, os valores registrados em 2021 são os segundos menores da série histórica. De 2012 a 2019, as proporções registradas no Piauí sempre superaram 35% e a quantidade de domicílios com benefício ultrapassava 350 mil.
A pesquisa também mostra que, nos domicílios piauienses onde houve rendimento do Bolsa Família, residem, em média, 3,8 pessoas. Já nas residências onde ninguém recebe o benefício, vivem, em média, 3,0 pessoas.
Os dados revelam que, além de abrigarem mais moradores, os lares piauienses com Bolsa Família possuem rendimento médio per capita três vezes inferior àqueles onde não há rendimento do programa social. Enquanto o rendimento domiciliar por pessoa é de R$ 1.084 nos domicílios piauienses onde ninguém é beneficiário do Bolsa Família, o valor médio cai para R$ 316 nas residências que recebem transferência de renda do programa.
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Fonte: IBGE
Imagem: Reprodução