Teresina tem a menor positividade de teste COVID-19 desde 2020
Teresina tem a menor taxa de positividade de testes para COVID-19 registrada desde o início da pandemia na capital. Somente 4% das amostras de swab nasal testadas entre 10 e 16 de março tiveram resultado positivo ao teste RT-PCR. O percentual foi calculado sobre pacientes testados nas UBS, UPAs e hospitais de Teresina. Nos momentos mais críticos a taxa de positividade, em Teresina, chegou a 38%, em junho de 2020; 45%, em abril de 2021; e a 52%, no início de fevereiro de 2022. Antes do pico causado pela variante Ômicron, o menor percentual registrado havia sido de 11%, em agosto de 2021. Os dados são do Comitê de Operações Especiais - COE Teresina.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como critério para se considerar a pandemia sob controle em determinada localidade uma taxa de positividade abaixo de 5%. Esse percentual baixo significa que, a despeito de ampla testagem, poucos indivíduos submetidos ao exame de fato estão infectados. Por outro lado, um percentual elevado indica que a circulação viral na localidade está alta, que somente indivíduos com sintomas mais graves têm acesso ao diagnóstico ou que o rastreio de contatos está incipiente, explica Walfrido Salmito, coordenador médico do COE-Teresina.
De acordo com Marcelo Vieira, médico e virologista do COE-Teresina, “uma positividade de 4% é mais um indicativo de que o nível de transmissão da COVID-19 na cidade está baixo e que o plano de flexibilização gradual das medidas restritivas poderá prosseguir, com respaldo técnico e científico e alicerçado na realidade epidemiológica local. Marcelo explica ainda que passados vários ciclos de transmissão da COVID-19, desde o período do carnaval e do início das atividades escolares, a positividade dos testes fez foi cair. Entretanto, ressalva: “mais do que nunca, o monitoramento contínuo de todos os indicadores torna-se fundamental, com foco em cada uma das etapas da história da COVID-19 e atenção às possíveis vulnerabilidades externas que podem interferir nesse processo - como a introdução de novas variantes”, diz o virologista.
Para o infectologista Walfrido Salmito, “a flexibilização proposta tem total amparo na ciência e, sob premissas semelhantes, outras dezenove capitais de estados brasileiras e várias unidades da federação (incluindo cinco da região Nordeste) também já tiveram a mesma iniciativa”.