SUS vai reestruturar centros de testagem de doenças crônicas

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 08/12/2022 08h15, última modificação 07/12/2022 20h44
Centros serão renovados até 2023. A iniciativa é do PROADI-SUS liderada pelo Einstein, em parceria com o MS, que ampliará acesso ao diagnóstico e atendimento

Estado de MinasCerca de um milhão de pessoas convivem com HIV e AIDS no Brasil1. Desse total, 15% já sofreu ou sofre algum tipo de estigma ou discriminação, fatores considerados as principais barreiras para o acesso a serviços de prevenção e testagem dessa doença em todo o mundo. O preconceito também prejudica o diagnóstico precoce – estima-se que 135 mil brasileiros convivem com o HIV e ainda não sabem disso, muitos por medo de realizar o teste.


Para combater o preconceito e humanizar o atendimento, mais de 450 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) de todo o Brasil serão avaliados por meio de um questionário eletrônico e terão seus profissionais capacitados por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde. A iniciativa, conduzida pelo Einstein, também prevê visitas a 50 centros para a realização de oficinas e propostas de ações para a expansão dos serviços e diagnóstico.


Desde outubro, um censo vem sendo feito com todos os CTA do país para avaliação dos recursos utilizados e mapeamento de necessidades estruturais com o objetivo de melhorar os serviços nesses locais. Na segunda fase do projeto, também serão ofertados novos exames e testes rápidos para detectar doenças como hepatites virais, tuberculose e hanseníase.


“O comprometimento desse projeto é com a equidade no SUS. A reestruturação dos centros irá permitir o acesso ao diagnóstico e aos métodos de prevenção de doenças comuns à população, que muitas vezes são subnotificadas ou não tratadas, principalmente entre as pessoas em situações de vulnerabilidade”, afirma Denize Ornelas, médica de família do Einstein.

Tratamento humanizado


O processo de reestruturação está atrelado a uma mudança de cultura dos CTA, como explica João Renato Rebello Pinho, coordenador da iniciativa: “Não basta apenas garantir o acesso aos serviços - é necessário acolher as pessoas que buscam por tratamento de forma humanizada. Com isso, buscamos também lutar contra o preconceito que existe nesses lugares, garantindo maior dignidade, qualidade e segurança na resposta das necessidades dos usuários do SUS”.
Serão oferecidos cursos focados no atendimento humanizado dos pacientes e necessidades específicas de cada localidade na modalidade de educação à distância (EaD) aos profissionais dos CTA, além da racionalização e práticas de gestão de recursos públicos. Ao final do projeto, em 2023, os resultados do censo e da capacitação serão entregues ao Ministério da Saúde e adotados como base para a formulação de políticas públicas, com o objetivo de fomentar a produção científica sobre a real situação das condições crônicas no Brasil.

 

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Fonte: Estado de Minas

Imagem:  Herney Gómez/Pixabay 

Edição: Site TV Assembleia