Setembro Vermelho: cuidados com as doenças cardiovasculares

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 08/09/2022 13h15, última modificação 08/09/2022 12h09
Problemas do coração são a principal causa de morte no Brasil e a maioria está relacionada aos hábitos de vida

O acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto voltaram a ser as causas mais comuns de mortes no Brasil no primeiro semestre de 2022. Desde março, as patologias cardiovasculares ultrapassaram a COVID-19 no ranking de óbitos por doenças no país. O cardiômetro, indicador de número de mortes por problemas do coração criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), registra até o momento, 273.748 mortes só este ano no país. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças cardiovasculares representam as principais causas de morte no mundo.


Os principais fatores que explicam esses números são o aumento do nível de estresse, obesidade, má alimentação, tabagismo e diabetes, pois doenças pré-existentes e hábitos de vida contribuem para o comprometimento da saúde do coração.


Segundo o cardiologista Augusto Vilela, a mudança de hábitos é parte fundamental para prevenir doenças como infarto, AVC, hipertensão e tantas outras que podem levar ao óbito do paciente. "Os riscos do paciente aumentam não apenas na medida em que eles envelhecem - está muito mais relacionado aos hábitos de vida que ele leva do que com a idade em si. É claro que com o avançar da idade homens e mulheres estão mais propensos a desenvolver determinadas doenças, mas a prevenção é a principal maneira de combater grande parte dos problemas que afetam nossa saúde", comenta.

 

"Diminuir o consumo de alimentos ricos em sódio, não fumar, praticar atividade física regularmente e manter uma alimentação equilibrada, rica em vegetais e carnes magras são a melhor maneira de manter a boa saúde", ressalta o médico.

 

Mesmo com todos os cuidados relacionados à alimentação e hábitos de vida saudáveis, o cardiologista lembra que estar em dia com os checapes também faz parte do protocolo para manter a saúde em dia. "A maioria dos pacientes procura pelo médico quando a saúde não vai bem, mas a prevenção também passa pelo consultório médico. Se a pessoa não tiver histórico familiar de doenças do coração ou mesmo algum fator de saúde que indique a necessidade de consultas regulares, o recomendado é realizar um checape anual com cardiologista a partir dos 40 anos."


Setembro Vermelho

 

Criada pela Federação Mundial do Coração, a campanha Setembro Vermelho tem como objetivo conscientizar a população com ações que promovem a informação sobre prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares.

 

Setembro é considerado o mês do coração porque no dia 29, do mesmo mês, é celebrado o Dia Mundial do Coração. A sua importância é enorme, visto que com pequenas mudanças de hábitos é possível evitar cerca de 80% das cardiopatias. Portanto, o principal objetivo dessa campanha é promover a conscientização sobre essas doenças.

 

Dia Mundial do Coração

 

O Dia Mundial do Coração, que ocorre todos os anos no dia 29 de setembro, é uma campanha mundial que alerta sobre os perigos das doenças relacionadas ao órgão, como hipertensão, arritmia, insuficiência cardíaca, infarto, acidente vascular cerebral (AVC), entre outras.

 

O alerta e a conscientização sobre essas doenças são de grande importância mundial, visto que problemas no coração são a primeira causa de morte no mundo. Segundo a OMS, todos os anos 17,5 milhões de pessoas morrem por causa de doenças cardíacas.

 

Principais doenças do coração

 

Existem muitas doenças que afetam o coração, mas algumas merecem destaque por serem as que mais matam todos os anos. Por isso, trouxemos informações sobre cada uma delas: características, sintomas, causas, sequelas e tratamento.

 

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

 

O Ministério da Saúde (MS) explica que o acidente vascular cerebral, mais conhecido como AVC, é causado pela alteração do fluxo sanguíneo no cérebro que leva à morte de células nervosas na região afetada. Saiba identificar os dois tipos de AVC:

 

  • Acidente vascular hemorrágico – ocorre quando há o rompimento de vasos sanguíneos na região cerebral, fazendo com que haja uma maior pressão intracraniana. Esse tipo de AVC é considerado mais grave, pois seu índice de mortalidade é muito alto.
  • Acidente vascular isquêmico – ocorre quando há uma obstrução dos vasos sanguíneos, como entupimento de vasos cerebrais, trombose ou embolia. Chamado também de infarto cerebral, esse tipo de AVC ocorre em 80% dos casos.

 

Os sintomas mais comuns para o AVC são:

 

  • fraqueza;
  • dormência em um dos lados do corpo;
  • dor de cabeça muito forte;
  • paralisia;
  • perda da visão ou dificuldade em enxergar;
  • perda da fala ou dificuldade em se comunicar.

 

Existem alguns fatores que contribuem para essa emergência médica, sendo eles:

 

  • hipertensão;
  • diabetes;
  • estresse;
  • colesterol elevado;
  • tabagismo;
  • sedentarismo;
  • consumo frequente de drogas e álcool;
  • doenças do sangue;
  • doenças cardiovasculares, principalmente as que desencadeiam arritmias.

 

Também é importante dizer que características genéticas e a idade favorecem o AVC, sendo que esse problema ocorre com frequência em pessoas com mais de 55 anos.

 

O paciente vítima de AVC precisa se reabilitar das sequelas, se houver, e realizar o tratamento adequado levando em conta a causa da doença. Já a prevenção se dá por hábitos mais saudáveis, como eliminar o tabagismo, praticar exercícios físicos e se alimentar de forma saudável.

 

Infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco)

 

Segundo o MS, o infarto agudo do miocárdio, mais conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando há uma obstrução do fluxo sanguíneo causada por um coágulo.

 

Os sintomas são:

 

  • Dor no peito que pode irradiar para o rosto, braço esquerdo e costas;
  • Suor frio;
  • Falta de ar;
  • Palidez;
  • Sensação de desmaio.

 

Os principais fatores que contribuem para o infarto são o tabagismo, diabetes, estresse, obesidade, hipertensão, sedentarismo e colesterol alto. Quando a emergência médica ocorre, os médicos agem com rapidez para salvar a vida do paciente. E após o ocorrido, é preciso realizar uma reabilitação e mudar os hábitos.

 

A prevenção é a mesma do AVC: alimentação adequada, prática regular de atividade física, prevenção de outras doenças cardiovasculares e eliminação do tabagismo.

 

Hipertensão arterial

 

A popular pressão alta é um dos fatores de risco para as emergências médicas que citamos anteriormente, como explica o MS. Também conhecida como hipertensão arterial, a doença pode comprometer o coração, vasos sanguíneos, cérebro, rins e olhos.

 

Ela se caracteriza por uma pressão dos vasos sanguíneos acima de 140 por 90 mmHg, sendo herdada geneticamente em quase 90% dos casos. Mas alguns fatores influenciam o surgimento da hipertensão arterial, como o tabagismo, obesidade, estresse, consumo de álcool, sedentarismo, consumo excessivo de sal, colesterol alto e diabetes.

 

A hipertensão é uma doença silenciosa, e só é percebida quando há um aumento súbito da pressão. Os sintomas se manifestam como dores no peito, tonturas, dor de cabeça, fraqueza, zumbido no ouvido, sangramento nasal e visão embaçada.

 

O tratamento na maioria dos casos é medicamentoso e com orientações sobre mudanças de hábitos. Já a prevenção, se dá pelas seguintes ações:

 

  • eliminação do tabagismo;
  • controle do consumo de sal e produtos industrializados ricos em sódio;
  • prática de atividade física;
  • controle do consumo de álcool;
  • controle do diabetes;
  • controle do consumo de alimentos gordurosos;
  • alívio do estresse com momentos de lazer.

 

Arritmia

 

A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas explica que a doença é uma alteração elétrica que modifica o ritmo das batidas do coração. Existem vários tipos de arritmias, como a taquicardia, bradicardia e descompasso. A principal consequência dessa alteração elétrica é a morte súbita cardíaca.

 

Os sintomas da doença se caracterizam por palpitações, tonturas, desmaios, fraqueza, pressão baixa, confusão mental e dor no peito. Já os fatores de risco para arritmia são outras doenças cardiovasculares, histórico de doenças cardíacas na família e após emergências médicas como infarto e AVC.

 

O tratamento é realizado de acordo com a gravidade da doença, sendo que em alguns casos é preciso implantar um marca-passo, desfibrilador interno ou tratar com a técnica de ablação.

 

Felizmente, a doença também pode ser evitada através de hábitos mais saudáveis como os que já mencionamos anteriormente. Além disso, é válido consultar-se com um cardiologista, pelo menos uma vez por ano, para prevenir essa e outras doenças do coração. (Minha Saúde)

 

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Fonte: Correio Brasiliense

Imagem: Pixabay

Edição: Site TV Assembleia