Setembro Vermelho: cuidados com as doenças cardiovasculares
O acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto voltaram a ser as causas mais comuns de mortes no Brasil no primeiro semestre de 2022. Desde março, as patologias cardiovasculares ultrapassaram a COVID-19 no ranking de óbitos por doenças no país. O cardiômetro, indicador de número de mortes por problemas do coração criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), registra até o momento, 273.748 mortes só este ano no país. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças cardiovasculares representam as principais causas de morte no mundo.
Os principais fatores que explicam esses números são o aumento do nível de estresse, obesidade, má alimentação, tabagismo e diabetes, pois doenças pré-existentes e hábitos de vida contribuem para o comprometimento da saúde do coração.
Segundo o cardiologista Augusto Vilela, a mudança de hábitos é parte fundamental para prevenir doenças como infarto, AVC, hipertensão e tantas outras que podem levar ao óbito do paciente. "Os riscos do paciente aumentam não apenas na medida em que eles envelhecem - está muito mais relacionado aos hábitos de vida que ele leva do que com a idade em si. É claro que com o avançar da idade homens e mulheres estão mais propensos a desenvolver determinadas doenças, mas a prevenção é a principal maneira de combater grande parte dos problemas que afetam nossa saúde", comenta.
"Diminuir o consumo de alimentos ricos em sódio, não fumar, praticar atividade física regularmente e manter uma alimentação equilibrada, rica em vegetais e carnes magras são a melhor maneira de manter a boa saúde", ressalta o médico.
Mesmo com todos os cuidados relacionados à alimentação e hábitos de vida saudáveis, o cardiologista lembra que estar em dia com os checapes também faz parte do protocolo para manter a saúde em dia. "A maioria dos pacientes procura pelo médico quando a saúde não vai bem, mas a prevenção também passa pelo consultório médico. Se a pessoa não tiver histórico familiar de doenças do coração ou mesmo algum fator de saúde que indique a necessidade de consultas regulares, o recomendado é realizar um checape anual com cardiologista a partir dos 40 anos."
Setembro Vermelho
Criada pela Federação Mundial do Coração, a campanha Setembro Vermelho tem como objetivo conscientizar a população com ações que promovem a informação sobre prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares.
Setembro é considerado o mês do coração porque no dia 29, do mesmo mês, é celebrado o Dia Mundial do Coração. A sua importância é enorme, visto que com pequenas mudanças de hábitos é possível evitar cerca de 80% das cardiopatias. Portanto, o principal objetivo dessa campanha é promover a conscientização sobre essas doenças.
Dia Mundial do Coração
O Dia Mundial do Coração, que ocorre todos os anos no dia 29 de setembro, é uma campanha mundial que alerta sobre os perigos das doenças relacionadas ao órgão, como hipertensão, arritmia, insuficiência cardíaca, infarto, acidente vascular cerebral (AVC), entre outras.
O alerta e a conscientização sobre essas doenças são de grande importância mundial, visto que problemas no coração são a primeira causa de morte no mundo. Segundo a OMS, todos os anos 17,5 milhões de pessoas morrem por causa de doenças cardíacas.
Principais doenças do coração
Existem muitas doenças que afetam o coração, mas algumas merecem destaque por serem as que mais matam todos os anos. Por isso, trouxemos informações sobre cada uma delas: características, sintomas, causas, sequelas e tratamento.
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
O Ministério da Saúde (MS) explica que o acidente vascular cerebral, mais conhecido como AVC, é causado pela alteração do fluxo sanguíneo no cérebro que leva à morte de células nervosas na região afetada. Saiba identificar os dois tipos de AVC:
- Acidente vascular hemorrágico – ocorre quando há o rompimento de vasos sanguíneos na região cerebral, fazendo com que haja uma maior pressão intracraniana. Esse tipo de AVC é considerado mais grave, pois seu índice de mortalidade é muito alto.
- Acidente vascular isquêmico – ocorre quando há uma obstrução dos vasos sanguíneos, como entupimento de vasos cerebrais, trombose ou embolia. Chamado também de infarto cerebral, esse tipo de AVC ocorre em 80% dos casos.
Os sintomas mais comuns para o AVC são:
- fraqueza;
- dormência em um dos lados do corpo;
- dor de cabeça muito forte;
- paralisia;
- perda da visão ou dificuldade em enxergar;
- perda da fala ou dificuldade em se comunicar.
Existem alguns fatores que contribuem para essa emergência médica, sendo eles:
- hipertensão;
- diabetes;
- estresse;
- colesterol elevado;
- tabagismo;
- sedentarismo;
- consumo frequente de drogas e álcool;
- doenças do sangue;
- doenças cardiovasculares, principalmente as que desencadeiam arritmias.
Também é importante dizer que características genéticas e a idade favorecem o AVC, sendo que esse problema ocorre com frequência em pessoas com mais de 55 anos.
O paciente vítima de AVC precisa se reabilitar das sequelas, se houver, e realizar o tratamento adequado levando em conta a causa da doença. Já a prevenção se dá por hábitos mais saudáveis, como eliminar o tabagismo, praticar exercícios físicos e se alimentar de forma saudável.
Infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco)
Segundo o MS, o infarto agudo do miocárdio, mais conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando há uma obstrução do fluxo sanguíneo causada por um coágulo.
Os sintomas são:
- Dor no peito que pode irradiar para o rosto, braço esquerdo e costas;
- Suor frio;
- Falta de ar;
- Palidez;
- Sensação de desmaio.
Os principais fatores que contribuem para o infarto são o tabagismo, diabetes, estresse, obesidade, hipertensão, sedentarismo e colesterol alto. Quando a emergência médica ocorre, os médicos agem com rapidez para salvar a vida do paciente. E após o ocorrido, é preciso realizar uma reabilitação e mudar os hábitos.
A prevenção é a mesma do AVC: alimentação adequada, prática regular de atividade física, prevenção de outras doenças cardiovasculares e eliminação do tabagismo.
Hipertensão arterial
A popular pressão alta é um dos fatores de risco para as emergências médicas que citamos anteriormente, como explica o MS. Também conhecida como hipertensão arterial, a doença pode comprometer o coração, vasos sanguíneos, cérebro, rins e olhos.
Ela se caracteriza por uma pressão dos vasos sanguíneos acima de 140 por 90 mmHg, sendo herdada geneticamente em quase 90% dos casos. Mas alguns fatores influenciam o surgimento da hipertensão arterial, como o tabagismo, obesidade, estresse, consumo de álcool, sedentarismo, consumo excessivo de sal, colesterol alto e diabetes.
A hipertensão é uma doença silenciosa, e só é percebida quando há um aumento súbito da pressão. Os sintomas se manifestam como dores no peito, tonturas, dor de cabeça, fraqueza, zumbido no ouvido, sangramento nasal e visão embaçada.
O tratamento na maioria dos casos é medicamentoso e com orientações sobre mudanças de hábitos. Já a prevenção, se dá pelas seguintes ações:
- eliminação do tabagismo;
- controle do consumo de sal e produtos industrializados ricos em sódio;
- prática de atividade física;
- controle do consumo de álcool;
- controle do diabetes;
- controle do consumo de alimentos gordurosos;
- alívio do estresse com momentos de lazer.
Arritmia
A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas explica que a doença é uma alteração elétrica que modifica o ritmo das batidas do coração. Existem vários tipos de arritmias, como a taquicardia, bradicardia e descompasso. A principal consequência dessa alteração elétrica é a morte súbita cardíaca.
Os sintomas da doença se caracterizam por palpitações, tonturas, desmaios, fraqueza, pressão baixa, confusão mental e dor no peito. Já os fatores de risco para arritmia são outras doenças cardiovasculares, histórico de doenças cardíacas na família e após emergências médicas como infarto e AVC.
O tratamento é realizado de acordo com a gravidade da doença, sendo que em alguns casos é preciso implantar um marca-passo, desfibrilador interno ou tratar com a técnica de ablação.
Felizmente, a doença também pode ser evitada através de hábitos mais saudáveis como os que já mencionamos anteriormente. Além disso, é válido consultar-se com um cardiologista, pelo menos uma vez por ano, para prevenir essa e outras doenças do coração. (Minha Saúde)
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Fonte: Correio Brasiliense
Imagem: Pixabay