Setembro é o mês de conscientização sobre doação de órgãos
Setembro é o mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de órgãos para transplantes, e os desafios são grandes. Entre eles a rejeição das famílias em doar, desconhecimento sobre o assunto e o curto tempo entre a retirada do órgão e sua implantação.
De acordo o Registro Brasileiro de Transplantes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (RBT ABTO), em 2021, a taxa de notificação de potenciais doadores foi a maior já obtida, sendo 5,5% superior à de 2019 e 14% à de 2020. Entretanto, a taxa de doadores efetivos foi 17% inferior à de 2019 e 45% menor que a de 2020.
O levantamento aponta que essa queda na doação, apesar do aumento da notificação, se deve à diminuição de 21% em relação a 2019 e 16% se comparado com 2020, da taxa de efetivação à doação (26%).
A principal causa da queda na taxa de efetivação da doação foi o aumento de 60% da taxa de contraindicação à doação, que passou de 15% em 2019 para 24% em 2021. O aumento aconteceu devido às medidas tomadas no início da pandemia, já que o risco de transmissão da COVID-19 era desconhecido e poderia ser alto. Já há dados na literatura sugerindo que esse risco é mínimo ou ausente, com exceção do transplante de pulmão.
Ainda segundo levantamento da RBT ABTO, houve um prejuízo em 2021 para a doação e o transplante com a manutenção dessas medidas, pois dos 12.215 potenciais doadores notificados, 2.781 (23%) foram contraindicados. A expectativa é obter, em 2022, as taxas de doação e transplantes prévias à pandemia.
Setembro Verde
A doação de órgãos proporciona o prolongamento da expectativa de vida de pessoas que precisam de um transplante, permitindo o restabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais. Devido ao número de partes do corpo que podem ser cedidas, cada doador pode salvar oito vidas ou mais.
Existem dois tipos de doações, as de órgãos (fígado, coração, pâncreas, rim e pulmão) e de tecidos (córneas, medula óssea, pele, entre outros). Elas podem ser feitas após a morte ou até mesmo em vida, dependendo do órgão ou tecido doado.
O procedimento de doações de órgãos funciona como uma cirurgia tradicional. Para realizá-la é necessário por lei uma autorização familiar, portanto é sempre importante reforçar esse desejo aos parentes ainda em vida.
Com o intuito mobilizar novos doadores e levar informações sobre o tema à população, foi criada a campanha Setembro Verde, que acontece todos os anos. O mês foi escolhido em decorrência do Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de Setembro.
96% desses procedimentos são custeados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o que faz o Brasil ter o maior sistema público de transplantes do mundo e ser o segundo em total de cirurgias realizadas.
Entretanto, por conta da pandemia, as doações de órgãos caíram 6,5% em comparação com primeiro semestre do ano passado. Uma das causas foi a paralisação das cirurgias em muitos locais.
Em junho, cerca de 40 mil brasileiros aguardavam por um transplante. Veja se você é um possível doador:
Doadores vivos:
Qualquer pessoa com mais de 18 anos e boas condições de saúde é um potencial doador de órgãos. Para isso, é necessária uma avaliação clínica que verifica se há condições de saúde para suprir a ausência dessa parte do corpo. Doadores vivos podem ceder um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão, para familiares de até quarto grau. Para não parentes é necessária uma autorização judicial.
Após o óbito:
Só é permitido doar órgãos de pessoas que tiveram morte encefálica. Após uma avaliação das causas do óbito, qualquer tipo de doação pode ser feita. Não é possível escolher quem irá recebê-los e depende da autorização de um familiar.
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Fonte: Estado de Minas/Pro Saúde
Imagem: Reprodução