Semana Mundial de Imunização espera vacinar milhões de crianças

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 25/04/2023 07h10, última modificação 24/04/2023 14h50
Campanha global vai até 30 de abril

A Organização Mundial da Saúde, OMS, promove a Semana Mundial de Imunização 2023, que começou neste 24 de abril. Nas Américas, a celebração teve início no sábado com a 21ª Semana de Vacinação nas Américas.

 

O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, Jarbas Barbosa, pede aos membros que intensifiquem, urgentemente, os programas de vacinação de rotina, pois o risco de surtos de doenças na região atingiu o nível mais alto em 30 anos devido ao declínio na cobertura vacinal.

 

Programas de imunização


Embora as Américas tenham sido a primeira região do mundo a eliminar a poliomielite em 1994 e historicamente tenham sido líderes mundiais no controle e eliminação de doenças.

 

Barbosa avalia que os programas nacionais de imunização sofrem com instabilidades na última década.

 

Segundo ele, o financiamento inadequado para imunização e um aumento na desconfiança devido à desinformação estão entre os principais fatores da queda na cobertura.

 

Na avaliação de Jarbas Barbosa, esses fatores ainda mais agravados pela pandemia do Covid-19.

 

Cobertura vacinal infantil


De acordo com a Opas, a região das Américas é a segunda do mundo com a pior cobertura vacinal. Cerca de 2,7 milhões de crianças não receberam todas as doses da vacina em 2021, ficando sem proteção total contra difteria, tétano e coqueluche.

 

Brasil e México respondem por mais da metade das crianças sem nenhuma vacina na região.

 

Às vésperas da Semana de Vacinação nas Américas, o diretor da Opas pediu aos países que intensifiquem os esforços para “recuperar as taxas de cobertura vacinal que nos protegeram no passado”.

 

Para Jarbas Barbosa, a semana é “uma estratégia extraordinária para complementar os programas nacionais de imunização”, apoiando as ações para proteger mais de 1 bilhão de pessoas de todas as idades desde sua criação há 20 anos.

 

Cada vacina conta


Este ano, o tema da Semana quer destacar que “cada vacina conta” e o objetivo é alcançar mais de 92 milhões de pessoas em toda a região com imunizantes que evitam a transmissão.

 

A Opas afirma que continua a trabalhar com os países da região, parceiros técnicos e doadores para fortalecer e modernizar os programas nacionais de imunização, reforçar as operações e implementar abordagens inovadoras para enfrentar melhor os desafios que a pandemia trouxe.

 

Vacinação nas Américas em números


  • Em 2021, mais de 2,7 milhões de crianças abaixo de 1 ano não receberam todas as doses de vacina contra difteria, tétano e coqueluche.
  • Em 2010, as Américas foram a segunda região com a maior cobertura vacinal relatada. Hoje, é o segundo do mundo com pior cobertura.
  • O risco de surtos devido a doenças imunopreveníveis está atualmente em seu ponto mais alto nos últimos 30 anos.
  • Programas nacionais de imunização na América Latina e no Caribe evitam cerca de 174 mil mortes de crianças menores de cinco anos a cada ano.
  • Desde 2003, a Semana de Vacinação nas Américas ajudou os países a alcançar quase 1,1 bilhão de pessoas com vacinas que salvam vidas em mais de 40 países e territórios.
  • A iniciativa apoiou a eliminação de seis doenças evitáveis por vacinação: poliomielite, sarampo, síndrome da rubéola congênita, tétano neonatal, hepatite B e varíola.
  • Este ano, a celebração deve apoiar 45 países e territórios para atingir mais de 92 milhões de pessoas com mais de 144 milhões de doses de diferentes vacinas.


Vacinação infantil na África


Já na África, a Organização Mundial da Saúde, OMS, alerta que 33 milhões de crianças precisam ser vacinadas entre 2023 e 2025 para colocar o continente de volta nos trilhos para atingir as metas globais de imunização de 2030, que incluem a redução da morbidade e mortalidade por doenças evitáveis por vacinação.

 

Além da OMS, o Fundo da ONU para Infância, Unicef, avalia que o impacto sem da pandemia de Covid-19 nos serviços de imunização de rotina aumentou o número de crianças que não tiveram acesso às doses, aumentando 16% entre 2019 e 2021.

 

Segundo as agências da ONU, sem vontade política renovada e esforços intensificados dos governos, estima-se que a cobertura vacinal na África não retornará aos níveis pré-pandêmicos até 2027.

 

Fortalecer imunização na África


A Semana Africana de Vacinação, entre 23 e 30 de abril, na mesma data em que é celebrada a semana global, quer intensificar os esforços para alcançar as crianças que perderam as doses, bem como para restaurar e fortalecer os programas de imunização de rotina.

 

Para aumentar urgentemente a cobertura e proteger as crianças, a OMS e seus parceiros estão apoiando 10 países africanos prioritários, que estão entre os 20 principais países do mundo com o maior número de crianças com dose zero para realizar campanhas de vacinação de rotina.

 

Apesar das interrupções na imunização, pelo menos um terço dos países africanos manteve a meta de cobertura de 90% ou mais para a terceira dose da vacina contra difteria-tétano-coqueluche e a terceira dose da vacina contra poliomielite nos últimos três anos.

 

No entanto, apenas três países mantiveram essa cobertura para a segunda dose das vacinas contra sarampo e febre amarela no mesmo período.

 

A região também continuou a intensificar a resposta a pólio.

 

Mais de 30 milhões de crianças foram vacinadas contra a poliomielite no Malauí, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue em 2022, após casos de poliovírus selvagem tipo 1 terem sido notificados na região.

 

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Fonte: ONU News

Imagem: © UNICEF Burundi

Edição: Site TV Assembleia