SAÚDE: Endometriose pode afetar cerca de 10% da população feminina
Assim como acontece em todos os meses do ano, março chama atenção para uma doença que atinge várias mulheres, a endometriose. Segundo uma pesquisa realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o distúrbio pode atingir até 10% da população feminina do Brasil.
A endometriose é causada pelo acúmulo, em outras partes do corpo, de células que estão localizadas na parte interna do útero, chamado de endométrio, que são eliminadas durante a menstruação. Geralmente, esse acúmulo acontece em regiões como ovários, bexiga e intestino.
A terapeuta especialista em fitoterapia e ginecologia natural Ariane Steffen, de 47 anos, sofre com esses sintomas. A moradora de Barueri, São Paulo, disse que a princípio era assintomática mas, ela se deparou com a dificuldade para engravidar. Ariane tentou por quase três anos ter uma criança e após passar por uma cesária, começou a conviver com as dores. "O diagnóstico só veio 12 anos depois do primeiro sintoma. E o protocolo proposto a partir disso foi a cirurgia e o bloqueio da menstruação."
A terapeuta conta que optou não operar e começou a tomar remédios. Mas ela disse que o tratamento causou vários efeitos colaterais, como inchaço, ganho de peso e depressão. Depois de estudar sobre hormônios e o próprio corpo, ela conseguiu controlar a doença.
"A alteração na dieta e o consumo de água foram as principais [mudanças]. Porque, até então, o intestino não funcionava bem e quando ia aos médicos, ninguém me perguntava se eu tomava água. Quando passei a mudar meus hábitos, comecei a perceber essas melhoras e as dores diminuíram."
Hoje, depois da luta contra a doença, Ariane conta sua história em uma página nas redes sociais chamada: A Endometriose Sem Censura. O objetivo dela é ajudar outras mulheres que passam pela mesma situação.
Tratamentos
Entre os principais tratamentos estão a interrupção do ciclo menstruação com remédios e cirurgias. Porém, é sempre recomendado o acompanhamento de médicos especializados.
Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde oferece dois tipos de tratamento, o clínico, que neutraliza o estímulo hormonal, proporcionando uma melhora nos sintomas da doença, além do uso de remédios para dor. E o cirúrgico, que é indicado para os casos mais graves e que não tenham tido melhora com os medicamentos hormonais.