Saneamento básico deve gerar 6,2 milhões de empregos até 2023

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 01/08/2022 13h10, última modificação 01/08/2022 12h38
Os dados da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto (Abcon) mostram que essas vagas serão criadas pelos esforços para universalizar serviços de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto no país

Cerca de 6,2 milhões de empregos devem ser gerados diretamente pelos esforços para universalizar serviços de distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto no país, até 2033. Os dados são da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto (Abcon).

 

Para o diretor-executivo da Abcon, Percy Soares Neto, esse quadro está relacionado ao cenário de competitividade criado a partir da aprovação do novo marco do setor de saneamento, que ampliou a participação do setor privado nesses serviços. 

 

“Eu acho que a competição já mostrou resultados, tanto no aumento da participação privada e no compromisso de investimento assumidos nos editais quanto também em uma provocação firme às próprias companhias públicas a fazerem mais investimentos e a mexerem nas suas estruturas de governança”, pontua. 

 

No estado do Rio de Janeiro, após o leilão de blocos da Cedae, pelo menos 7 mil vagas já foram criadas. A projeção aponta para elevação desse número. A informação é de que a Iguá, que assumiu a prestação de serviço em fevereiro, contratou 600 colaboradores, além de 400 trabalhadores terceirizados. Até dezembro, 1.400 vagas devem ser preenchidas.

 

Na época da aprovação da Lei 14.026, um estudo da Abcon em parceria com a KPMG previa que o Brasil necessitava realizar um aporte de R$ 753 bilhões para atingir a universalização no prazo desejado. 

 

De acordo com o levantamento, o efeito multiplicador desse investimento deveria resultar na injeção de aproximadamente R$ 1,4 trilhão na economia, com a geração de mais de 14 milhões de empregos ao longo do período dos investimentos.  

 

Necessidade de qualificação

 

Para preencher essas vagas geradas pelos investimentos no setor de saneamento, será necessário qualificar profissionais para atuar na área. O superintendente de Educação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Felipe Morgado, explica que o setor demanda processos rigorosos de segurança. 

 

“A formação de profissionais para a indústria de saneamento deve ser muito rigorosa, uma vez que todas as suas atividades estão relacionadas ao risco, por isso, existe a necessidade de se oferecer um curso alinhado às novas tecnologias, e também com rigor em saúde, segurança e em procedimentos”, destaca. 

 

Até maio de 2022, o SENAI ofereceu mais de 10 mil matrículas de cursos voltados ao atendimento do setor de saneamento básico. No ano passado, o total foi de 21 mil matrículas. Os principais cursos são para técnico em saneamento, técnico em química e voltado à análise química e análise de solo. “O setor está com um crescimento importante este ano”, avalia Morgado.

 

No estado de Alagoas, por exemplo, há uma parceria entre o SENAI e a BRK Ambiental, companhia que assumiu o saneamento da Região Metropolitana de Maceió. Nesse caso, o SENAI capacita mulheres em situação de vulnerabilidade para atuarem como encanadoras. A primeira turma contou com a participação de 50 alunas. Do total, 12 foram contratadas. A formação também conta com curso de Libras para funcionários que atuam no atendimento ao consumidor. 

 

A capacitação do SENAI conta com um sistema de certificação de pessoas que reconhece a formação como apropriada, além de contar com especialização em processos que envolvem novas tecnologias. 

 

Para mais informações sobre a disponibilidade desses cursos nos estados, basta acessar www.mundosenai.com.br. Pelo site, também é possível acompanhar as demandas do setor produtivo e fazer as matrículas nos cursos. 

 

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Fonte: Agência Brasil

Imagem: Elroi/Adobe Stock

Edição: Site TV Assembleia