Saiba o que é capacitismo e a importância de combatê-lo

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 25/01/2024 08h00, última modificação 24/01/2024 14h05
Ministérios promovem cartilha para reforçar a importância da inclusão e combater o preconceito contra pessoas com deficiência.

(Ministério da Saúde) - É possível medir as capacidades de outra pessoa pelo fato de ela ter alguma deficiência? Essa tentativa preconceituosa e comum é classificada como capacitismo. O ato ocorre por meio de determinadas formas de tratamento, comunicação e práticas, além de barreiras físicas, arquitetônicas e atitudinais que impedem o pleno exercício da cidadania por essas pessoas.

 

Para reforçar a importância da inclusão e combater o preconceito, os ministérios da Saúde e o dos Direitos Humanos e da Cidadania estão promovendo a cartilha “Combata o capacitismo”. O documento foi lançado em 2023 pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz). Com uma linguagem simples e direta, a cartilha apresenta dicas e orientações destinadas à população brasileira para o enfrentamento a este tipo de comportamento.

 

O material traz ainda definições como a do capacitismo institucional, uma forma de discriminação que se manifesta pela reprodução de discursos que reforçam concepções de passividade, de opressão e de invisibilização. E aborda o contexto da deficiência como um produto social, alertando que naturalizar a exclusão é antiético e depõe contra a humanidade de quem faz isso.

 

Termos capacitistas


A cartilha “Combata o capacitismo” apresenta dicas para substituições de termos preconceituosos usados no dia a dia.

 

Confira abaixo:

 

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Imagem: divulgação


Mais informações


(UNALE) - O capacitismo consiste na desvalorização e desqualificação das pessoas com deficiência, é uma manifestação de preconceito para com as PcD ao pressupor que existe um padrão corporal ideal e a fuga desses padrões torna as pessoas inaptas para as atividades na sociedade.

 

A prática do Capacitismo atinge a pessoa com deficiência de diferentes maneiras, como o acesso ao meio físico e à criação de barreiras para que exerçam atividades independentemente e também como barreiras socioemocionais quando essas pessoas são tratadas como incapazes, dependentes, sem vontade ou voz própria para exprimir suas vontades.

 

Tratar uma pessoa deficiente de forma infantilizada, incapaz de compreender o mundo, um problema em um serviço público por exigir acessibilidade, assexualizada, inferior ou que deva ser medicada e afastada do convívio comum dos demais cidadãos são exemplos de capaticismo.

 

Mesmo com o reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência com a Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, no caso do Brasil, as PcD ainda possuem dificuldades para ter acesso a serviços e recursos básicos.

 

Isso significa que a nossa organização social ainda funciona como uma barreira para a inserção das PcD em ambientes vitais para o desenvolvimento social coletivo e individual. Este comportamento de segregação da sociedade na relação com as pessoas com deficiência pode ser caracterizado como uma manifestação do capacitismo.

 

O Capacitismo no mercado de trabalho

 

O capacitismo no ambiente de trabalho ocorre, na maioria das vezes, de forma velada, como por exemplo, alguns comentários e preconceitos mascarados em brincadeiras, outra forma de discriminação é a falta de oportunidades que o mercado oferece às pessoas com deficiência.

 

Embora a Lei de Cotas ajude na contratação desses profissionais na sociedade do trabalho, na prática isso não acontece, os poucos que conseguem algum tipo de ocupação acabam sendo vítimas de atitudes capacitistas cotidianas que prejudicam a qualidade do seu trabalho e o bem estar profissional.

 

Falta de acessibilidade no trabalho

 

O termo acessibilidade diz respeito ao acesso, utilização e convívio que as pessoas com deficiência têm aos ambientes sociais, ou seja, todas as pessoas, tenham elas algum tipo de deficiência ou não, têm direito às mesmas experiências nesses ambientes.

 

Porém, na prática essa acessibilidade se torna mais complicada ou até mesmo impedida, porque os ambientes e estruturas são construídos tomando por pressuposto uma única experiência corporal, com isso alguns lugares não tem o acesso garantido para todos.

 

Como por exemplo, a falta de rampas ou elevadores nas empresas para os funcionários cadeirantes, ou quando um treinamento não conta com um profissional treinado em Libras para efetivar a inclusão do colaborador deficiente auditivo. (Por Danilo Gonzaga/Ascom Unale)

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Fonte: Ministério da Saúde/Unale - Imagem: Freepik Free

Edição: Site TV Alepi