Renda per capita no Piauí cresce 0,6% em 2024, mas segue entre as menores do país
Um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Piauí registrou a sétima menor renda per capita do Brasil em 2024. A renda média mensal no estado ficou em R$ 1.350, representando um aumento de 0,6% em comparação a 2023, quando o valor era de R$ 1.342.
Em entrevista ao programa Alepi TV 1, apresentado por Shirley Evangelista, o economista Francisco do Sousa explicou que o dado representa uma média estadual. "As pessoas podem se questionar: 'Ah, mas eu não ganho R$ 1.350, eu ganho R$ 2.000, R$ 3.000 ou até menos'. O que ocorre é que essa é uma renda média per capita, calculada a partir da soma de todas as rendas de um domicilio dividida pelo número de integrantes", esclareceu.
Fatores históricos e econômicos impactam a renda
Segundo o economista, as diferenças salariais entre os estados têm raízes históricas. O desenvolvimento desigual do Brasil impactou a industrialização e a implantação de setores econômicos ao longo dos anos. "Enquanto alguns estados tiveram indústrias sendo implantadas há 100 ou 150 anos, no Piauí isso ocorreu de forma mais lenta. Esse processo afeta a distribuição de renda até hoje", pontuou Francisco.
O levantamento também reflete desigualdades estruturais, como a diferença salarial entre homens e mulheres. Muitas famílias são chefiadas por mulheres que, em muitos casos, sustentam filhos sozinhas, recebendo salários mais baixos ou dependendo de programas sociais. A atividade econômica também influencia: "Quem trabalha no agronegócio no Sul tem uma renda diferente de quem atua na agricultura familiar aqui no Piauí", exemplificou o economista.
Perspectivas para o futuro
Embora o crescimento da renda seja lento, as projeções indicam melhorias graduais. "Se olharmos para os últimos 10 ou 20 anos, já houve avanço. No entanto, é necessário um planejamento de longo prazo para atrair investimentos e estimular o setor produtivo", destacou Francisco.
Estados com renda média mais alta, como os do Sul e Sudeste, possuem setores econômicos mais robustos, como indústrias e exploração de petróleo, além da presença do funcionalismo público federal em Brasília, o que impulsiona os salários.
O crescimento da renda no Piauí, segundo especialistas, dependerá de investimentos tanto públicos quanto privados, além de políticas econômicas que estimulem a geração de empregos e o fortalecimento do setor produtivo.
Confira a entrevista na íntegra
Fonte: TV Alepi