R$ 208 milhões do abono do PIS estão esquecidos; veja como sacar

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 28/01/2022 11h43, última modificação 28/01/2022 11h43
320 mil trabalhadores não retiraram valores referentes ao trabalho de 2019

Um total de R$ 208 milhões em abonos salariais está esquecido e poderá ser sacado por 320 mil trabalhadores a partir do dia 8 de fevereiro. Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, esses brasileiros têm direito de receber o abono do PIS (Programa de Integração Social) e do Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) referente ao ano de 2019, mas não fizeram o saque até o dia 30 de junho de 2021, quando encerrou o calendário de liberações.

Todos os anos sobra dinheiro de quem não retirou os valores do abono salarial no prazo: são trabalhadores que têm direito, mas não sabem que estão com os valores a receber parados na Caixa (no caso do PIS) e no Banco do Brasil (para o Pasep).

Os abonos salariais esquecidos poderão ser resgatados nas mesmas datas do novo calendário de pagamentos de 2022, que neste ano vai pagar o benefício referente ao período trabalhado em 2020. As liberações na Caixa, para inscritos no PIS, serão feitas entre 8 de fevereiro e 31 de março. O Banco do Brasil vai pagar o abono a servidores com direito ao Pasep entre 15 de fevereiro e 24 de março.

Como o saque será feito em 2022, os trabalhadores receberão de R$ 101 a R$ 1.212, conforme a quantidade de meses trabalhados.

QUEM TEM DIREITO AO ABONO ESQUECIDO

Tem direito ao abono antigo do PIS quem exerceu atividade remunerada formal em 2019 por pelo menos 30 dias, consecutivos ou não, e recebeu remuneração média mensal de até dois salários mínimos. Em 2019, o salário mínimo era R$ 998 e o abono é pago para quem recebeu, em média, até R$ 1.996 naquele ano.

Também é necessário que o trabalhador esteja cadastrado no programa PIS/Pasep ou no Cnis há pelo menos cinco anos. Para quem deveria ter sacado em 2021 o valor referente ao trabalho realizado em 2019, o primeiro emprego deve ter começado até 2014. É exigido ainda que o empregador tenha contribuído para o PIS ou Pasep e tenha informado corretamente os dados do funcionário na Rais (Relação Anual de Informações Sociais) ou no eSocial.

VEJA EM QUE DIA PODE FAZER O SAQUE ATRASADO DO ABONO

PIS PAGO NA CAIXA A TRABALHADOR COM CARTEIRA ASSINADA

Nascidos em Recebem a partir de Recebem até
Janeiro 08/02/2022 29/12/2022
Fevereiro 10/02/2022 29/12/2022
Março 15/02/2022 29/12/2022
Abril 17/02/2022 29/12/2022
Maio 22/02/2022 29/12/2022
Junho 24/02/2022 29/12/2022
Julho 15/03/2022 29/12/2022
Agosto 17/03/2022 29/12/2022
Setembro 22/03/2022 29/12/2022
Outubro 24/03/2022 29/12/2022
Novembro 29/03/2022 29/12/2022
Dezembro 31/03/2022

29/12/2022

PASEP PAGO PELO BANCO DO BRASIL A SERVIDORES

Final da inscrição Recebem a partir de Recebem até
0 15/02/2022 29/12/2022
1 15/02/2022 29/12/2022
2 17/02/2022 29/12/2022
3 17/02/2022 29/12/2022
4 22/02/2022 29/12/2022
5 24/02/2022 29/12/2022
6 15/03/2022 29/12/2022
7 17/03/2022 29/12/2022
8 22/03/2022 29/12/2022
9 24/03/2022 29/12/2022

Segundo o ministério, historicamente, a média de trabalhadores que não sacaram o abono se repete a cada ano. No último calendário de pagamentos, foram identificados 22,2 milhões de trabalhadores com direito ao benefício. Cerca de 98,5% sacaram seus valores, num total de R$ 17,2 bilhões.

Os valores ficam disponíveis por no máximo cinco anos, contados a partir da data de encerramento do calendário de pagamento anual, sem considerar eventuais prorrogações, informou o ministério.

QUEM NÃO TEM DIREITO AO ABONO SALARIAL

  • empregado (a) doméstico (a);
  • trabalhadores rurais empregados por pessoa física;
  • trabalhadores urbanos empregados por pessoa física;
  • trabalhadores empregados por pessoa física equiparada a jurídica

VALOR DO ABONO

Meses trabalhados no ano-base

Valor do abono
1 R$ 101,00
2 R$ 202,00
3 R$ 303,00
4 R$ 404,00
5 R$ 505,00
6 R$ 606,00
7 R$ 707,00
8 R$ 808,00
9 R$ 909,00
10 R$ 1.010,00
11 R$ 1.111,00
12 R$ 1.212,00


Com informações Folha de São Paulo
Imagem: Gabriel Cabral/Folhapress