Projeto da UFPI avalia características do mel do Piauí

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 21/02/2024 08h58, última modificação 21/02/2024 08h58
O objetivo do estudo é analisar os compostos fenólicos e o ácido ascórbico no mel da Região Sul do estado.

O projeto de pesquisa da Universidade Federal do Piauí (UFPI) denominado: “Características nutritivas e funcionais de méis de abelha (apis mellifera) produzidos na região sul do estado Piauí e adição em novos produtos alimentícios” tem como objetivo avaliar os compostos fenólicos e o ácido ascórbico no mel proveniente da região sul do estado do Piauí e adicionar a novos produtos alimentares com matérias-primas regionais e resíduos alimentares.


A coordenadora do estudo e professora do Departamento de Nutrição, Regilda Saraiva dos Reis Moreira-Araújo, conta sobre a importância do projeto. “Este estudo é muito importante, pois é inédito no que diz respeito à identificação dos compostos fenólico no mel do semiárido piauiense e sua bioacessibilidade, traz a inovação com o mel do Piauí como matéria-prima para obtenção de alimentos saudáveis, como produtos de panificação e produtos lácteos, além de combiná- lo com resíduos de frutas como acerola, graviola, dentre outros, aumentando o teor de fibras alimentares, vitaminas e minerais nos produtos. Temos os compostos fenólicos, as fibras alimentares, carotenóides, vitaminas e minerais importantes para a saúde nesta combinação. Assim como o aporte de proteínas, a depender das matérias primas utilizadas conjuntamente com o mel e os resíduos vegetais. Com a identificação dos fenólicos poderemos fazer a indicação de consumo, seja para população saudável, para prevenção de doenças, quer seja para auxiliar no controle de patologias. Então, de acordo com o composto fenólico contido no tipo de mel do semiárido piauiense poderemos indicar para as pessoas qual é melhor consumir e a quantidade para ter o efeito benéfico”, declara.

 

O estudo é baseado no aumento crescente de produtos apícolas, o que estimula a crescente no consumo de mel na alimentação humana. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Nordeste apresentou um enorme crescimento na produção de mel, em especial o orgânico. Os principais estados produtores da região são Piauí, Ceará, Bahia e Pernambuco. O Piauí está em terceiro lugar nesta colocação, devido a diversidade florística da vegetação e o clima. 

 

O mel é rico em energia, efeitos terapêuticos (digestivo e diurético) e medicinais (antibacteriano, antiinflamatório, analgésico, expectorante, entre outros). O projeto foi delimitado na região do cerrado piauiense, onde existe escassez de pesquisas que relacionem a origem botânica e a composição química desses.

 

Dentre as metas do projeto estão: Obter cinco compostos bioativos presentes e a atividade antioxidante in vitro em amostras de mel provenientes de diferentes floradas do semiárido piauiense; Identificar cinco compostos fenólicos no mel em estudo; Verificar a fração bioacessível de cinco compostos fenólicos presentes nas amostras; Elaborar cinco produtos alimentícios adicionados do mel do semiárido piauiense. 

 

A especialista em Nutrição Clínica e Funcional e discente de Doutorado em Alimentos e Nutrição, Daisy Silva, fala com carinho do projeto. “Para mim é de fundamental importância para o meu desenvolvimento acadêmico e profissional, minha tese de doutorado é um recorte do projeto. O principal objetivo é fazer uma caracterização nutritiva e funcional do mel do Piauí, especificamente da região Sul do estado”, diz.

 

Qualificar profissionais é de suma importância para avanços em todos os setores da sociedade. A professora Regilda Moreira-Araújo destaca o valor das formações no estado. “Eu acho que qualificar pessoas também é uma realização muito grande para nós que ganhamos com formação de pessoas em nível de graduação e pós-graduação, e com a matéria-prima, desenvolvendo trabalhos com a matéria-prima regional piauiense, valorizando o que nosso Estado produz,” diz.

 

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Discente de PIBIT, Sarah Celeste Rodrigues de Sousa Val

 

No projeto de pesquisa também fazem parte: Juliana Bendini do Nascimento; Maria Fabrícia Beserra Gonçalves; Ana Karine de Oliveira Soares; Daisy Jacqueline Sousa Silva; Amanda de Castro Amorim Serpa Brandão; Maria Lícia Lopes Morais Araújo; Sarah Celeste Rodrigues de Sousa Val; Tamara Raquel Andrade Borges; Brena Beatriz dos Santos Viana; Larah Emmanuelle Paz de Sousa; Laryssa Hellen Soares Gomes; e Ricardo Costa Silva. Vale salientar que os integrantes discentes são membros do Estágio em Ciência de Alimentos, TCC, PIBIC, PIBIT, Mestrado e Doutorado.

 

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Fonte: Cood. Comunicação Ufpi - Imagem: Reprodução

Edição: Site TV Alepi