Professor alerta para o esquecimento da história do Piauí
Neste sábado, 19 de outubro, comemora-se o Dia do Piauí. Várias ações institucionais estão sendo realizadas para comemorar a data, que lembra o dia em que a Câmara da Vila de São João da Parnaíba, hoje município de Parnaíba, proclamou sua emancipação em relação a Portugal, marcando a adesão do Piauí à independência do Brasil. Fato como esse estão caindo no esquecimento do povo piauiense? Essas questões não estão mais nas grades curriculares das escolas e nem são mais cobradas em vestibulares.
Em entrevista ao Bom Dia Assembleia desta sexta-feira, 18 de outubro, o professor de história Diego Parente considerou importante a data de 19 de outubro de 1823 porque faz parte de um movimento de independência do Brasil, já que Portugal, apesar de a proclamação da independência ter ocorrido em 7 de setembro de 1822, tinha a intenção de continuar dominando certas regiões do país, e grande parte do Nordeste estava nos planos dos portugueses para essa permanência de colonização. Só que no Piauí havia também essa intenção de fazer parte da independência do Brasil.
"É muito importante que a gente sempre observe que a história do Piauí é extremamente rica e milenar. Temos as pesquisas na Serra da Capivara, que trazem essa riqueza milenar. Temos povos que viveram aqui há dezenas de milhares de anos. Então é uma história longa e muito rica. Passamos por um processo de colonização muito duro, mas também tivemos formas de resistência muito importantes, como Esperança Garcia, mas infelizmente essa história vem sendo pouco abordada", lamentou o professor.
Ele citou como exemplo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que trouxe uma generalização do conteúdo, da sua cobrança para o vestibular. "Antes tínhamos as universidades federais e estadual, além do Instituto Federal, que faziam vestibulares próprios e cobravam literatura, geografia e história do Piauí. Havia um estímulo para a gente estudar a história e a cultura local, mas hoje em dia, a gente tem essa generalização, em que o Enem cobra conteúdos mais gerais e, às vezes, não reconhecem a importância desses temas mais locais", disse o professor.
Confira a entrevista na íntegra
Fonte: TV Assembleia