Poluição sonora: cerca de 2,5 bilhões de pessoas terão perda auditiva até 2050

por Helorrany Rodrigues da Silva publicado 01/01/2024 07h05, última modificação 29/12/2023 15h00
A identificação é o primeiro passo para lidar com doenças do ouvido e outras que estão relacionadas a perda auditiva

Uma em cada quatro pessoas, em todo o mundo, viverão com algum grau de perda auditiva até 2050. A estimativa, do Relatório Mundial sobre Audição da Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta para um mundo onde o ritmo da vida moderna muitas vezes é ditado por uma trilha sonora incessante - em que poucos percebem o impacto que a exposição constante a sons intensos pode ter sobre a audição.


"Não é apenas o estrondo ensurdecedor de uma explosão que ameaça nossa capacidade de ouvir; é o acúmulo de exposições cotidianas que, ao longo do tempo, pode resultar em danos auditivos irreversíveis", explica Iva Lanzarini, fonoaudióloga e sócia-proprietária da Fonocenter, empresa de fonoaudiologia especializada em aparelhos auditivos. Para muitos, o local de trabalho é onde passam a maior parte de seus dias. Profissionais como músicos, cabeleireiros, motoristas, professores de academia, aviadores e quem trabalha em aeroportos são frequentemente submetidos a ruídos altos por longos períodos de tempo. "Isso reduz a audição aos poucos fazendo com que muitos nem percebam o problema até utilizarem o aparelho auditivo correto e descobrirem a falta dos ruídos suaves", diz Fábio Martinelli, otorrinolaringologista do Instituto Martinelli Brasil.


E mesmo para aqueles que trabalham em locais silenciosos, a poluição sonora é algo onipresente. O trânsito congestionado, equipamentos barulhentos e construções criam um ambiente onde o ouvido não tem descanso. Fogos de artifício, buzinas estridentes e até mesmo máquinas domésticas contribuem para um coquetel de sons intensos.


Ainda, segundo relatório de 2021 da OMS, pelo menos 700 milhões dessas pessoas precisarão de acesso a cuidados auditivos e outros serviços de reabilitação, a menos que sejam tomadas medidas. Em adultos, a perda auditiva pode ser evitada por meio de medidas como o controle de ruído, a escuta segura e a vigilância de medicamentos ototóxicos (que danificam as fibras nervosas associadas à audição), juntamente com uma boa higiene do ouvido, podem ajudar a manter uma boa audição e reduzir o potencial de perda auditiva.

 

Por isso, a identificação é o primeiro passo para lidar com a perda auditiva e doenças auditivas relacionadas. A triagem clínica em pontos estratégicos da vida garante que qualquer perda de audição e doenças do ouvido possam ser identificadas o mais cedo possível. Nesta época agitada e cheia de ruídos, a preservação da audição é uma prioridade muitas vezes negligenciada. A busca por consultas e tratamentos é tão essencial quanto conscientização sobre os perigos da exposição prolongada a sons intensos - por isso, a orientação é a de procurar um especialista o quanto antes para garantir uma audição saudável no futuro. 


Com Informações Jornal de Minas

Imagem: Pexels

Edição: Site TV Assembleia