Pesquisadores identificam hormônio que reduz o câncer de fígado
Pesquisadores do Instituto de Ciências da Vida da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descobriram um hormônio que pode se tornar uma arma no combate ao câncer de fígado, diagnóstico que provoca cerca de 10,5 mil óbitos por ano no Brasil, segundo informações do Atlas de Mortalidade por Câncer, do Ministério da Saúde. Em estudo publicado na revista científica Cell Metabolism, os cientistas relatam como uma molécula produzida por células do tecido adiposo em camundongos pode impedir o crescimento do tumor.
O trabalho analisou o desenvolvimento do carcinoma hepatocelular, diagnóstico que responde por 80% dos casos primários de câncer de fígado. Porém, foram avaliados especificamente os não relacionados ao álcool. Isso porque o tumor no órgão tem geralmente como fator de risco a cirrose (lesão provocada pelo excesso de bebidas alcoólicas) e as infecções pelos vírus da hepatite, mas pode ser desencadeada também por outras causas.
Uma delas, que leva a doença a progredir de forma diferente, são os casos derivados da esteatose hepática não alcoólica (EHNA), lesões provocadas pelo acúmulo de gordura no interior das células do fígado, chamadas de hepatócitos.
A equipe responsável pelo novo estudo já havia identificado anteriormente que o hormônio neuregulina 4, ou NRG4, que é secretado principalmente por células do tecido adiposo do corpo, conseguia proteger o fígado dos camundongos de lesões da EHNA. Uma diminuição da liberação da molécula levou a quadros mais severos da doença do fígado.
Agora, os cientistas descobriram que esse mesmo hormônio consegue suprimir o carcinoma hepatocelular desencadeado pela EHNA. Os resultados do experimento mostraram que os animais que estavam com o NRG4 em falta tiveram uma incidência maior do câncer quando comparados aos com níveis adequados do hormônio.
Além disso, quando os pesquisadores aumentaram a taxa do NRG4 nesses animais – elevando geneticamente a expressão do hormônio nos tecidos adiposos ou tratando camundongos com uma injeção de NRG4 recombinante –, a maior concentração da molécula no organismo conseguiu impedir a progressão do tumor.
Com Informações IG Saúde
Imagem: Instituto Vencer o Câncer