Perda auditiva: um problema global que exige atenção

A audição é essencial para a comunicação, aprendizado e qualidade de vida. No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo enfrentam algum grau de perda auditiva, sendo que cerca de 430 milhões apresentam perda moderada ou grave. Na América Latina, aproximadamente 217 milhões de pessoas são afetadas, e esse número pode aumentar para 322 milhões até 2050.

Em entrevista ao programa Alepi TV 1, com apresentação de Shirley Evangelista, o fonoaudiólogo André Alelaf destacou que, anteriormente, a prevalência da perda auditiva variava entre 3% a 5% e atingia principalmente os idosos. No entanto, atualmente, essa prevalência está entre 43% a 52%, afetando também crianças e adolescentes.

O Dia Mundial da Audição, comemorado em 3 de março, é uma data importante para conscientização sobre o tema. Segundo André, fatores como predisposição genética, uso excessivo de fones de ouvido, exposição a ruídos intensos, algumas medicações e doenças sistêmicas, como diabetes e hipertensão, podem contribuir para a perda auditiva.

Uso excessivo de fones de ouvido: um risco crescente

O fonoaudiólogo alerta que o uso prolongado e em volume elevado de fones de ouvido tem se tornado uma das principais causas da perda auditiva entre jovens. "Antes, atendíamos apenas idosos no consultório. Hoje, recebemos crianças e adolescentes, especialmente entre 12 e 13 anos, com perda auditiva moderada a severa devido ao uso excessivo de fones", afirmou André.

Ele explica que a exposição contínua a altos volumes danifica as células ciliadas do ouvido interno, levando a uma perda auditiva irreversível. É comum que, após retirar os fones ou sair de locais barulhentos, a audição pareça temporariamente reduzida. No entanto, se essa perda se torna frequente ou permanente, é um sinal de alerta.

Diagnóstico e sintomas da perda auditiva

Os sintomas da perda auditiva podem incluir:

• Dificuldade em compreender conversas, especialmente em ambientes ruidosos;

• Necessidade frequente de pedir para repetir palavras;

• Sensibilidade reduzida a sons do dia a dia;

• Zumbido constante (tinnitus);

• Tendência a falar mais alto sem perceber.

A perda auditiva pode ser diagnosticada por meio de exames audiométricos, realizados por fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas. Quanto mais cedo for identificada, maiores as chances de reabilitação auditiva.

Prevenção e tratamento

Embora a perda auditiva seja irreversível, dispositivos eletrônicos, como aparelhos auditivos, podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A prevenção é essencial, e inclui medidas como:

• Evitar exposição prolongada a ruídos intensos;

• Utilizar protetores auriculares em locais barulhentos;

• Reduzir o volume dos fones de ouvido e limitar seu uso;

• Realizar exames auditivos regulares.

Iniciativas da Escola do Legislativo da Alepi

Além de atuar como fonoaudiólogo, André Alelaf também é coordenador de projetos da Escola do Legislativo da Alepi, que tem investido em cursos de qualificação e também na conscientização sobre saúde auditiva. "A escola está passando por uma reformulação e, além dos cursos administrativos e jurídicos, também está promovendo educação em saúde para seus servidores e o público em geral", destacou.

A instituição está divulgando informações e dicas de prevenção em seu perfil no Instagram. Para saber mais sobre os cursos e projetos de conscientização, os interessados podem acompanhar as atualizações nas redes sociais da Escola do Legislativo da Alepi.

Confira a entrevista na íntegra

Fonte: TV Assembleia