Pacientes com pneumonia por Covid têm mais risco de desenvolver demência

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 20/04/2022 13h00, última modificação 20/04/2022 12h15
Entre os 10.403 pacientes com pneumonia associada à covid, 312 (3%) apresentaram demência de início recente logo depois da recuperação

Um novo estudo da Escola de Medicina da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, mostra que pacientes hospitalizados com pneumonia causada pelo Sars-CoV-2 têm maior risco de desenvolver demência do que aqueles com outros tipos de infecção pulmonar. Os cientistas extraíram dados de um banco contendo 1,4 bilhão de registros médicos, o Cerner Real World Data. Para a pesquisa, foram selecionadas informações referentes a hospitalizados com a inflamação nos pulmões persistente por mais de 24 horas. 

Entre os 10.403 pacientes com pneumonia associada à covid, 312 (3%) apresentaram demência de início recente logo depois da recuperação, em comparação com 263 (2,5%) dos demais 10.403 com outros tipos de inflmação nos pulmões, também diagnosticados com o problema cognitivo. Esse risco mostrou-se maior em pessoas acima de 70 anos, disse o principal autor, Adnan I. Qureshi , professor de neurologia clínica. "O tipo de demência observado em sobreviventes da infecção por covid afeta principalmente a memória, a capacidade de realizar tarefas cotidianas e a autorregulação. A linguagem e a consciência do tempo e da localização permaneceram relativamente preservadas", afirmou, em uma nota à imprensa.

O intervalo de tempo médio entre a infecção e o diagnóstico de demência foi de 182 dias para pacientes com covid-19. Qureshi disse que um estudo mais aprofundado e com acompanhamento por mais tempo poderá fornecer um quadro mais completo, ajudando a determinar os mecanismos pelos quais a pneumonia decorrente do Sars-CoV-2 pode afetar, a esse ponto, a cognição. "As descobertas sugerem a necessidade de uma triagem de déficits cognitivos entre os sobreviventes", disse. "Se houver evidência de comprometimento durante a triagem e se o paciente continuar a relatar sintomas cognitivos, pode ser necessário um encaminhamento para uma avaliação mais abrangente."

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Com informações Correio Brasiliense

Imagem: Justin Kelley/MU Health Care/Divulgação

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