Os hábitos de autocuidado e rituais de beleza que herdamos de nossas mães
Os traços do nariz e da boca, a cor dos olhos e do cabelo, o tom e o tipo de pele. Todas essas características são herdadas das nossas mães, e dos nossos pais, claro. Ao olhar no espelho, vemos um pouco delas.
Ao pensar na sua rotina de beleza, quais hábitos são um espelho do que via sua mãe, avó ou tia fazer? Nós fizemos essa pergunta para as famílias que estampam nosso editorial de moda e para a equipe da Revista. Quem sabe o conhecimento de várias gerações possa inspirar sua própria rotina.
Mesmo após 12 anos de casados, o marido da influenciadora digital Cris Miranda Coimbra, 35 anos, sempre elogia a maciez da pele da mulher. "Toda vez que ele me faz um carinho, comenta o quanto gosta." Mas a pele de veludo não é resultado só de uma boa genética. Cris conta que, desde criança, via a mãe e a avó passando cremes e óleos nas mãos, nas pernas e no corpo todo em qualquer oportunidade.
"Como somos pretas, a pele ressecada acaba ficando meio acinzentada e lembro bem da minha mãe dizendo 'sua perna está cinza, está na hora de passar um creme'. A gente ria e ia passar alguma coisa", conta. Cris acrescenta que o hábito fez com que ela fosse sempre muito cheirosa e, quando se tornou mãe, teve certeza de que iria transmitir o costume para seus filhos.
A influenciadora ressalta que compartilhar uma rotina de beleza não é exclusividade de mães e filhas. Seus filhos mais velhos, Davi, 11, e Daniel Miranda, 8, foram os primeiros a incorporar a rotina de hidratação de Cris. Quando Zoe Miranda, 4, chegou, ela aprendeu não só pelo exemplo da mãe, mas também dos irmãos.
"É uma questão de autocuidado, não tem a ver com gênero. Todos os meus filhos têm a pele macia, cheirosa, brilhosa e bonita. E sabem que isso é uma herança afetiva da bisavó e talvez ainda mais antiga", reforça Cris.
A gerente de marketing Luana Maria dos Santos Rocha de Souza, 28, mãe de Noa de Souza Rocha, 4, e Nalu Rosa dos Santos de Souza, 8 meses, lembra que, na infância, sempre via a avó e a mãe aplicando creme nos pés antes de dormir. Além de em si mesmas, elas passavam em Luana, com bastante carinho.
Quando Noa nasceu, Luana sabia que queria reproduzir o hábito com o filho. Além do cuidado com a pele dos pés, existe o toque, a massagem e um momento amoroso vivido entre mãe e filho. "Ele já sabe. Antes de dormir, vem e pede para passar. Minha avó contou que a mãe dela já fazia isso e estou só esperando a Nalu ficar mais velha para fazer com ela também", conta.
Das filhas para a mãe
O principal hábito de autocuidado que a professora aposentada Simone Correia Trindade, 53, transmitiu para as duas filhas foi adquirido com o tempo e fruto das próprias experiências. A família de Simone vivia no interior e skincare e maquiagem não faziam parte do universo dela ou da mãe. Tomando muito sol sem protetor solar, ela desenvolveu algumas manchinhas e pintas na pele, que a incomodam.
"Quando tive acesso às informações sobre esses cuidados com a pele, o protetor solar virou parte de mim. Passo todos os dias, sem falta. Ensinei isso para as meninas desde cedo." A internacionalista Larissa Correia de Oliveira, 22, a caçula, conta que ela e a irmã não saem de casa sem protetor, mas que, diferentemente de Luana e Cris, na casa dela são as filhas que influenciam a mãe.
Simone nunca foi muito vaidosa, mas as filhas, que fazem parte da geração fã de skincare, insistem em fazer os tratamentos junto com ela. "Eu passei a seguir o exemplo delas com a limpeza da pele, hidratação e os cuidados com o cabelo", conta.
Larissa comenta que elas veem muitos vídeos na internet e fazem questão de ensinar tudo que aprendem para Simone. "Maquiagem é uma das coisas que a gente mais gosta de dar de presente para ela", ri.
As mamães da Revista
"Minha mãe tem um hábito de beleza que aprendeu da minha avó! Vozinha sempre foi ligada às plantas, então, entende muito das que podem ser usadas para a beleza. A babosa é uma delas. Sempre usamos o gel para hidratar os cabelos e a pele. A muda da planta lá de casa foi um presente da minha avó. Ela pegou muito desse carinho pelas plantas porque sua mãe era benzedeira! A arruda era uma plantinha bem presente na casa dela e as pessoas a procuravam para curar dores diversas."
Letícia Mouhamed, estagiária da Revista
"Além de dormir sempre hidratada e cheirosa como as minhas duas avós, o pente de cabelo de madeira é uma das coisas que tenho desde que me lembro. Nunca comprei um, nem sei onde comprar, mas eu e meus irmãos sempre tivemos. Minha avó, tia-avó e mãe também têm. Quando criança, elas me penteavam e até hoje ser penteada é uma das minhas formas de carinho preferidas. Recentemente, até furtei um pente da minha avó, sem querer, jurando que era o meu!"
Ailim Cabral, repórter da Revista
"Minha mãe é daquelas que têm uma rotina de beleza prática — não é muito do skincare nem de passar muito tempo hidratando o cabelo. Mas um cuidado que sempre teve é fazer as unhas. Lembro, quando pequeninha, de admirar a mão da minha mãe, queria aqueles dedos compridos e unhas bem feitinhas. Hoje, a gente experimenta juntas técnicas diferentes e esmaltes coloridos. Cada uma do seu jeito. E de um tempo para cá, tenho adquirido outro hábito dela: usar bobes nos cabelos para um efeito volumoso. Às vezes, estamos as duas andando pela casa com os rolinhos no cabelo até ficarmos prontas."
Giovanna Fishborn, repórter da Revista
"Minha mãe nunca foi de ter cuidados especiais com a pele nem com o cabelo. De uma geração em que o skincare não tinha essa popularidade de hoje, ela sempre fez o básico. Mas de uma coisa ela nunca abre mão: passar perfume por todo o corpo. Minha mãe é daquelas que dizem que toda mulher deve andar cheirosa. E eu herdei isso dela. Hoje, nem quando saio para malhar, não abro mão de me perfumar. Quando os meus filhos nasceram, as águas de colônia eram itens obrigatórios na bolsa do bebê. Um hábito que, espero, se perpetue."
Sibele Negromonte, subeditora da Revista
Com Informações Correio Braziliense
Imagem: ED ALVES/CB/AD.A.Press