Oropouche nas Américas - Brasil possui carga mais elevada da doença

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 21/10/2024 07h30, última modificação 20/10/2024 19h21
Agência pede reforço de medidas de controle da transmissão e manejo clínico nas américas

A Organização Pan-Americana da Saúde emitiu uma atualização epidemiológica sobre a doença do vírus oropouche, destacando a importância de fortalecer as medidas de diagnóstico, manejo clínico, prevenção e controle de vetores na região das Américas.

 

Desde o início do ano até o início de outubro, 10.275 casos confirmados de oropouche foram relatados em nove países da região, a maioria no Brasil, que registrou 8.258 e duas mortes.

 

Risco de complicações graves


Outros países afetados incluem Bolívia, Colômbia, Cuba, Equador, Guiana e Peru. Cerca de 90 casos importados também foram relatados nos Estados Unidos e dois no Canadá, ligados a viagens para países com transmissão em andamento. Além disso, mais 30 casos importados foram relatados na Europa.

 

Desde que o último alerta epidemiológico da Opas foi emitido em 6 de setembro, 423 casos adicionais de oropouche foram reportados, inclusive de dois países que não haviam registrado casos anteriormente: Equador e Guiana.

 

A febre do oropouche é uma doença viral caracterizada por febre alta, dor de cabeça intensa, fotofobia, dores musculares e articulares e geralmente desaparece dentro de duas a três emanas. Em alguns casos, pode causar complicações mais graves, como meningite ou encefalite.

 

Atualmente, não há vacinas específicas ou tratamentos antivirais disponíveis. O manejo se concentra no alívio sintomático.

 

Óbitos fetais e anomalias congênitas


Em 2024, o vírus foi detectado em áreas onde a transmissão não foi relatada anteriormente. Óbitos associados à infecção também foram registrados, assim como casos de transmissão vertical, incluindo óbitos fetais e anomalias congênitas.

 

A Opas solicitou que os Estados-membros relatem quaisquer eventos incomuns relacionados à doença, incluindo mortes associadas ao vírus e casos de possível transmissão vertical, pois essas informações são cruciais para melhorar a vigilância epidemiológica.

 

A organização regional enfatiza a necessidade de fortalecer a vigilância epidemiológica e entomológica e insta a implementação de medidas de controle de vetores.

 

Abordagem proativa


O vírus da febre do oropouche é transmitido principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis.

 

A agência também recomenda a promoção de práticas de proteção pessoal para evitar picadas, especialmente para mulheres grávidas e populações vulneráveis.

 

A Opas incentiva todos os Estados-membros a seguirem as diretrizes estabelecidas para a detecção e vigilância do oropouche e a adotarem uma abordagem proativa na notificação de casos e na implementação de estratégias de controle.

 

Fonte: ONU News - Imagem: Opas/Joshua E. Cogan

Edição: Site TV Assembleia