Operação Rota Segura: Piauí anuncia ação integrada para reduzir mortes no trânsito

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 04/12/2024 17h24, última modificação 04/12/2024 17h24
O diretor de Operações de Trânsito da Secretaria de Segurança detalhou sobre operação no Alepi TV 1

O alto número de mortes no trânsito no Piauí é motivo de grande preocupação. De janeiro a setembro de 2024, foram registradas 770 vítimas fatais em acidentes de trânsito no estado, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. Desse total, 553 motocicletas estão envolvidas, e alarmantes 71,26% dos motoristas não possuíam CNH. Além disso, 316 mortes ocorreram em rodovias e, em cerca de 33% dos casos, havia relação com o consumo de álcool.

 

Esses números alarmantes motivaram a Secretaria de Segurança Pública do Piauí a lançar a Operação Rota Segura , com o objetivo de salvar vidas e reduzir o impacto dos acidentes nas unidades de saúde do estado. O lançamento oficial ocorre nesta quarta-feira (4), às 17h, na Ponte Estaiada, em Teresina.

 

De acordo com o diretor de Operações de Trânsito da Secretaria de Segurança Pública, em entrevista nesta quarta-feira a Shirley Evangelista no jornal Alepi TV 1, a Rota Segura será integrada com as forças de segurança, incluindo Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Perícia, e atuará em quatro frentes principais:

 

 

  • Combate à embriaguez ao volante;
  • Repressão à entrega de veículos a pessoas não habilitadas;
  • Fiscalização de infrações graves, como condução sem capacete;
  • Implementação de medidas educativas e administrativas.

 

“Nosso objetivo é salvar vidas. Mais de 70% das pessoas que mataram ou morreram no trânsito não possuíam CNH, e 1/3 delas estavam sob efeito de álcool. Não é só o Estado que precisa agir; a população também tem um papel crucial nesse esforço conjunto para reduzir acidentes”, afirmou Fernando Aragão.

 

Desafios no interior e fiscalização móvel


Embora Teresina, concentre o maior número de ocorrências fatais, municípios do interior também registram índices preocupantes. Cerca de 25 cidades acumularam os maiores índices de acidentes fatais. A operação incluirá ações intensificadas nessas localidades, com o uso de uma delegacia móvel que permitirá agilizar os procedimentos durante as blitzes.

 

“Nossa estrutura permitirá realizar muitos procedimentos no próprio local, sem a necessidade de deslocamento até delegações centrais, otimizando as operações e ampliando a fiscalização”, destacou Aragão.

 

Impacto na sociedade e legislação


A sociedade também tem cobrado punições mais rigorosas para motoristas irresponsáveis. Casos recentes de reincidência em crimes de trânsito chamaram atenção para a fragilidade da legislação brasileira. Segundo Aragão, há necessidade urgente de leis mais rigorosas para punir infratores e desestimular condutas imprudentes.

 

“Infelizmente, nossa legislação é permissiva. Precisamos que esses motoristas irresponsáveis sejam punidos e permaneçam presos, porque, sem isso, o ciclo de reincidência continua”, reforçou o diretor.

 

Ação imediata


A Operação Rota Segura terá início imediato, com ações na capital já a partir desta quinta-feira (5). A campanha também reforça a importância de atitudes simples que salvam vidas, como o uso de capacetes, cinto de segurança e não associação de álcool e direção.

 

“A combinação de bebida e direção nunca dá certo. Precisamos de regras de trânsito para evitar tragédias que poderiam ser facilmente prevenidas”, concluiu Aragão.

 

Confira a entrevista na íntegra


 

Da Redação