ONU: conflitos armados e violência são principais causas de fome

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 06/08/2023 07h15, última modificação 04/08/2023 12h47
Em reunião do Conselho de Segurança, representante da ONU para Prevenção e Resposta à Fome, Reena Ghelani, apresentou dados sobre insegurança alimentar

A coordenadora da ONU para Prevenção e Resposta à Fome participou de uma reunião no Conselho de Segurança sobre insegurança alimentar induzida por conflito. 

 

Reena Ghelani testemunhou casos extremos no terreno e disse que conheceu mulheres e mães deslocadas que, devido à fome, não tinham força sequer para chorar.

 

Direito humanitário internacional


Ghelani afirma que a ameaça da fome deve ser um alerta. O número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar aguda atingiu 250 milhões no ano passado, sendo o maior registrado nos últimos anos. 

 

Dessas pessoas, cerca de 376 mil enfrentavam condições semelhantes à fome em sete países. Outros 35 milhões estavam no limite. Como em todas as situações de crise, mulheres e crianças são as mais impactadas.

 

Reena Ghelani apresentou ao Conselho de Segurança, que este mês é presidido pelos Estados Unidos, algumas propostas a começar pelo respeito à lei humanitária internacional, protegendo suprimentos e garantindo acesso seguro e desimpedido.

 

Outra ideia é a melhoria dos mecanismos de alerta precoce e a constante busca por encontrar formas de mitigar o impacto da violência sobre os mais vulneráveis. 

 

Segundo a coordenadora, as mulheres e meninas devem ser o centro dos esforços por serem as mais afetadas. Reena Ghelani citou dados que apontam que o envolvimento feminino na construção da paz aumenta em 25% a probabilidade de cessar a violência.

 

E para isso, é necessário financiamento adequado. Além dos esforços da ONU, é preciso obter colaboração e solidariedade entre os países.+

 

Fome e conflito


Ghelani diz que insegurança e conflito são importantes causas de fome. Ela explica que os sete países onde as pessoas enfrentam condições semelhantes à fome viveram ou vivem conflitos armados ou níveis extremos de violência. 

 

A coordenadora citou Afeganistão, Haiti, Somália, Sudão do Sul e Iêmen, que aparecem regularmente na agenda do Conselho de Segurança.

 

Trabalhadores humanitários


Ela adicionou que o conflito não poupa os trabalhadores humanitários. Dezenas foram mortos e muitos foram sequestrados ou feridos. Além disso, Reena Ghelani ressalta que instalações e suprimentos também são atacados, saqueados ou usados para fins militares. 

 

A coordenadora falou sobre as dificuldades das Nações Unidas e seus parceiros no Sudão, onde 11 trabalhadores humanitários foram mortos nas últimas semanas. A própria insegurança alimentar também instiga a instabilidade. 

 

Ela abordou ainda a questão climática apontando que entre os 10 países mais vulneráveis a riscos, sete estão em conflito. 

 

A sessão foi liderada pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, que falou a jornalistas no fim do encontro como parte da agenda de trabalho americana para agosto no Conselho.

 

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Fonte: ONU News

Imagem: © WFP/Sadeq Naseri

Edição: Site TV Assembleia