OMS: novas diretrizes apelam por mudanças de políticas sobre saúde mental

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 27/03/2025 13h30, última modificação 27/03/2025 11h06
Novo guia da agência incentiva todos os governos a reformar e fortalecer seus sistemas

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, está incentivando todos os governos a investirem mais em saúde mental. Para Tedros Ghebreyesus, apesar de um aumento na demanda, muitas pessoas seguem sem assistência.

 

Durante o lançamento de um guia com novas diretrizes, na quarta-feira, a agência da ONU alertou para a falta de financiamento dos serviços de saúde mental que afeta a qualidade e o acesso a tratamento.

 

Modelos anacrônicos


Segundo a OMS, em alguns países até 90% das pessoas com condições mentais severas, não recebem nenhuma assistência.

 

Em outros casos, alguns serviços já existentes contam com modelos anacrônicos que não seguem padrões internacionais de direitos humanos.

 

O novo guia oferece um quadro claro para transformar a oferta de cuidados para saúde mental que assegurem tratamento de qualidade e para todos.

 

As mulheres e os jovens são os mais afetados pelos problemas de saúde mental.
Unicef/Fauzan Ijazah
 
As mulheres e os jovens são os mais afetados pelos problemas de saúde mental.

O objetivo das novas diretrizes é oferecer aos governos os meios de promoção e proteção de uma saúde mental de acesso universal.

 

O guia estabelece ações concretas para ajudar os países a preencher as lacunas em saúde mental com foco no respeito pelos direitos humanos, na promoção de cuidados holísticos com ênfase no estilo de vida, saúde física, psicológica e intervenções socioeconômicas.

 

Estratégias de prevenção e bem-estar


A OMS também aborda no documento, fatores sociais e econômicos que afetam a saúde mental das pessoas incluindo emprego, moradia e educação. A agência recomenda estratégias de prevenção e bem-estar para a toda a população.

 

A OMS defende que pessoas que vivem com alguma condição mental possam participar na formulação de políticas de saúde e serviços que responsam as suas necessidades.

 

O guia estabelece cinco áreas de políticas que precisam de reforma urgente: liderança e governança, organização de serviço, desenvolvimento da força de trabalho, intervenções centradas nas pessoas e resposta a determinantes sociais e estruturais de saúde mental.

 

O documento foi redigido em consultas com especialistas de todo o mundo, legisladores e indivíduos que vivem com alguma condição de saúde mental.

 

Guia em inglês: guidance 

 

Fonte: ONU News - Imagem: © Unicef/Faisal Magra