OMS alerta para déficit de vacinas contra cólera até 2025
A Organização Mundial da Saúde alerta para um aumento de casos de cólera em todo o mundo. A agência da ONU diz que esta é uma emergência e é preciso intensificar a imunização para conter o quadro.
Atualmente, existem 24 países com notificações de cólera. E segundo a agência da ONU, a doença pode se espalhar para 43 nações colocando 1 bilhão de pessoas sob risco.
Larga escala
O maior problema é o acesso à vacina. Uma parceria da OMS nessa área, a Aliança Global de Vacinação Gavi já avisou que a falta de doses deverá persistir até 2025.
Para a Gavi, é possível garantir uma entrega de doses para a vacinação preventiva em larga escala até 2026, mas para isso, os países precisam agir com urgência.
Década anterior
A OMS calcula que mais 10 milhões de unidades do imunizante foram utilizadas para responder a surtos entre 2021 e 2022. A demanda foi maior do que a soma de toda a década anterior.
Para o diretor administrativo da Gavi para Mercados de Vacinas e Segurança de Saúde, Derrick Sim, “a boa notícia é que existem doses para manter o atendimento a toda a procura de emergência, apesar do aumento de surtos”.
Segundo ele, é obrigação “prevenir surtos”, além de se realizar esforços coletivos para revitalizar programas de prevenção.
Antes, a Organização Mundial da Saúde, OMS, chamou a atenção para o que descreveu como cenário sombrio em volta das perspectivas para controlar a doença em curto prazo.
Regime das doses administradas para prevenção
No ano passado, os casos e as mortes por cólera aumentaram com a expansão para nove novas regiões, particularmente de conflito e com altos níveis de pobreza.
A situação levou a OMS e parceiros a mudar temporariamente o regime das doses administradas para prevenção de duas para uma. No entanto, as reservas se esgotaram em dezembro.
Até o fim de 2022, um total de 15 países relataram casos, número que até maio chegou a 24 nações. Moçambique é um dos países com aumento de pacientes na década de mudança sazonal nos casos de cólera.
O risco é que haja retrocessos, após avanços alcançado no controle da doença em décadas anteriores.
A situação é causada também por questões como pobreza, conflitos, alterações climáticas e consequente deslocamento. As movimentações afastam as pessoas de fontes mais seguras de comida, água e assistência médica.
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Fonte: ONU News
Imagem: © PMA/Theresa Piorr