OMS alerta contra uso de adoçantes artificiais

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 16/05/2023 07h10, última modificação 16/05/2023 08h42
Novas recomendações alertam sobre risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade nos adultos

A Organização Mundial da Saúde, OMS, desencoraja o uso de adoçantes sintéticos ou artificiais, conhecidos como NSS, para controlar o peso. As orientações atualizadas foram publicadas nesta segunda-feira, 15, em Genebra.

 

Segundo a agência, não existe nenhum benefício a longo prazo na redução de gordura em adultos e crianças. E quem faz uso de adoçantes está sob risco de aumento de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até morte, no caso e pessoas idosas.

 

Controle de peso em longo prazo


Para o diretor de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, Francesco Branca, substituir açúcares livres por adoçantes sem açúcar não apoia o controle de peso a longo prazo.

 

É preciso considerar outras maneiras de reduzir a ingestão de açúcares livres, como consumir alimentos com açúcares naturais, como frutas ou bebidas não açucaradas.

 

Outra questão é que os NSS não são fatores dietéticos essenciais e carecem de valor nutricional. A recomendação é que as pessoas reduzam completamente o açúcar da dieta humana, começando mais cedo possível para melhorar sua saúde.

 

Alternativa


A exceção da recomendação da OMS vai para os que vivem com diabetes preexistente.

 

Entre os exemplos de adoçantes artificiais desaconselhados estão o acesulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, estévia e seus derivados.

 

A orientação atualizada ressalta ainda que a substituição de açúcares livres por adoçantes naturais, como frutas, é a melhor alternativa.

 

A OMS chama a atenção particular para a forma como o público consome adoçantes sem açúcar. A agência destaca que as pessoas podem adicionar alimentos e bebidas à sua dieta e acreditar que os alimentos que contêm adoçantes artificiais são “mais saudáveis”.

 

No entanto, as novas evidências apontam que consumidores de adoçantes sintéticos tendem a obter mais calorias do que quem não usa adoçante.

 

Quais adoçantes a OMS deixa de recomendar para controle de peso?

 

De forma geral, a diretriz da OMS se aplica aos adoçantes que são comercializados individualmente — por exemplo, aqueles usados para adoçar cafés e sucos — e também naqueles já incluídos em produtos processados. No entanto, a organização emite apenas considerações, sendo que estas podem ser (ou não) aceitas pelos países e incorporadas nacionalmente.


Conforme destaca OMS, os adoçantes que deixam de ser recomendados para dietas de controle de peso são:

 

  • Acesulfame K;
  • Aspartame;
  • Advantame;
  • Ciclamatos;
  • Neotame;
  • Sacarina;
  • Sucralose;
  • Estévia e os seus derivados.

 

Mesmo que seja bastante ampla, a limitação de uso sugerida pela OMS não se aplica ao açúcar de baixa caloria e nem ao álcool de açúcar, conhecidos por Polióis. São os casos do eritritol e do xilitol, já que não entram na mesma classificação de NSS.

 

Como evitar o uso de adoçantes na alimentação?

 

Como substituir o açúcar por adoçantes sem açúcar não ajuda no controle de peso a longo prazo, Francesco Branca, diretor de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, explica que o melhor caminho é reduzir o consumo mesmo. Isso pode ser feito através de mudanças na alimentação, com o acréscimo de alimentos com açúcares naturais, como frutas e mel, e treinamento do paladar para alimentos e bebidas menos doces.

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Fonte: ONU News

Imagem: © Unicef/Maxim Balakin

Edição: Site TV Assembleia