O que é a doença do tatu, que matou um jovem no Piauí

por Helorrany Rodrigues da Silva publicado 28/08/2022 08h05, última modificação 26/08/2022 16h44
Segundo o Ministério da Saúde, a doença tem esse nome porque as pessoas se expõem ao fungo quando caçam tatu, por causa da poeira que é liberada das tocas

Na última quarta-feira (24), um adolescente de 17 anos morreu no Piauí por causa de uma infecção por fungos chamada paracoccidioidomicose, mais conhecida como "doença do tatu". Trata-se de uma das dez principais causas de morte por doenças infecciosas e parasitárias no Brasil.

 

A doença do tatu é caracterizada como uma micose sistêmica adquirida por inalação, causada por fungos do gênero Paracoccidioides spp. A morte em questão aconteceu no último sábado (20), e aproximadamente um mês antes, o paciente tinha saído para caçar o animal que dá o nome popular da condição.

 

O nome da doença se dá não porque o animal transmite a doença, porque ao caçar tatus, a pessoa entra em contato com as tocas, onde o solo está contaminado pelo fungo. Em nota, a secretaria de saúde regional também chegou a afirmar que a transmissão não ocorre de pessoa para pessoa, mas pela "inalação dos esporos que estão no solo contaminado".

 

Sintomas da doença do tatu

 

Além do adolescente de 17, seu irmão de 14 anos e um amigo de 22 também foram contaminados. Atualmente, o mais velho está internado em estado grave, com falta de ar. Os sintomas da doença incluem:

 

  • Lesões na pele
  • Tosse
  • Febre
  • Falta de ar
  • Linfonodomegalia (ínguas ou landras)
  • Comprometimento pulmonar
  • Emagrecimento

"Como o fungo está disperso na natureza, trabalhadores rurais constituem o principal grupo de risco, visto a sua exposição no meio ambiente. Lavradores, militares, trabalhadores na construção de estradas e de transporte terrestre, arqueólogos, antropólogos, paleontólogos e zoologistas são considerados profissionais com maior risco de exposição ao fungo", diz o Ministério da Saúde.

 

Os indivíduos geralmente adquirem a infecção pela inalação (entrada) do fungo, decorrente do manuseio do solo contaminado, e a maioria dos casos ocorre nos períodos mais secos, quando há máxima desarticulação e dispersão aérea dos artroconídios (forma infectante) e sua posterior inalação.

 

O Ministério da Saúde ainda informa que a principal medida de prevenção contra a doença do tatu é evitar a exposição direta ao fungo. Para isso, é importante usar equipamentos de proteção individual (EPI), em especial, máscaras, em atividades que envolvam o manuseio de solo, com dispersão de poeira.

    Com Informações Terra

    Imagem: UOL

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