Novos sistemas de dessalinização beneficiarão mais sete estados
Em meio ao IX Encontro Nacional de Capacitação e Integração do Programa Água Doce, realizado em Aracaju (SE), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) anunciou a assinatura de novos termos de compromisso para a implantação de novos sistemas de dessalinização nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e Sergipe. Um investimento de R$ 75,6 milhões, com recursos do Novo Programa de Aceleração de Crescimento, Novo PAC.
A iniciativa faz parte do Programa Água Doce, do Governo Federal, que tem como objetivo instalar sistemas de dessalinização em regiões com escassez hídrica. Até o momento, o programa já beneficiou mais de 262 mil pessoas em todo o semiárido, com a implantação de 1.053 sistemas.
“Hoje programa completou 20 anos, começou no governo do presidente Lula em 2024, e sobre a orientação dele e do ministro Waldez Góes, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, ele foi reincluído no novo PAC que está viabilizando esse evento de onde a gente vai estar firmando novas parcerias com os estados para que nos próximos anos a gente possa repassar e investir nessa agenda mais de 100 milhões de reais”, lembrou o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira. “Então é um processo em que a comunidade, de fato, cria pertencimento com aquele sistema de dessalinização, ela que vai fazer a gestão”, completou o secretário.
A Diretora de Revitalização e Planejamento em Segurança Hídrica do MIDR, Fernanda Ayres, avalia que o programa tem trazido, acima de tudo, dignidade para a população atendida. “O programa está completando 20 anos e durante esse tempo a gente verifica o quanto a disponibilidade da água de qualidade tem impacto na vida das pessoas. O programa tem feito muitas comunidades desenvolverem atividades em razão dessa disponibilidade, então começaram a produzir alimentos para vender, e isso traz um retorno financeiro, ou seja, isso aumenta a dignidade na vida das pessoas”, destacou.
O secretário de Agricultura de Sergipe, Zeca da Silva, considera que dessalinizar a água salobra atende principalmente as comunidades longínquas. “Dessalinizar para poder assistir essas pequenas comunidades e, quando há excedente de água, fazer uma pequena irrigação para uma agricultura de subsistência ou atender os animais. Então, no final de tudo isso, é trazer saúde e dignidade para as pessoas ", comemorou o secretário.
Durante o evento, os participantes tem a oportunidade de discutir os principais desafios enfrentados na implementação do programa, compartilhar experiências exitosas e apresentar novas propostas para aprimorá-lo. Além disso, serão realizadas visitas técnicas a sistemas de dessalinização já instalados no município de Poço Verde (SE), permitindo aos participantes conhecer de perto a realidade das comunidades beneficiadas.
A ação marca mais um passo importante sobre o futuro do programa e a importância da água para o desenvolvimento sustentável do semiárido. “A parceria entre os entes federativos é fundamental para o sucesso do Programa Água Doce. Juntos, podemos superar os desafios e garantir a sustentabilidade dos sistemas de dessalinização a longo prazo”, disse o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira.
“E essa aproximação junto a estados e municípios é uma ação que tanto o presidente Lula quanto o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, sempre nos pedem. Pois eles sabem a realidade e a necessidade de cada comunidade”, destaca o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira.
Programa Água Doce
O programa Água Doce foi lançado em 2004, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele tem por objetivo garantir uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas salobras e salinas, no semiárido brasileiro. Para isso, é preciso estabelecer cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização, levando-se em consideração a presença de sais nas águas subterrâneas dessa região. (MIDR)
Piauí terá R$ 9,5 milhões para ampliação do programa Água Doce no estado
O sertanejo piauiense que sofre com estiagens constantes vai ter mais acesso à água limpa, de qualidade e própria para o consumo. E tudo sem depender de chuvas, mas por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas. É que a Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) renovou a adesão do Estado no programa Água Doce, do governo federal. Serão mais de R$ 9,5 milhões investidos nos próximos quatro anos.
“Para nós, nordestinos, que vivemos constantemente essa problemática da escassez de água, o programa é de suma importância por promover a dessalinização da água, dando dignidade às comunidades mais longínquas, com água potável e de qualidade tão necessária para a subsistência das pessoas”, disse Adalberto Filho, coordenador do PAD no Piauí e que integrou a delegação do Estado no evento.
Atualmente, o programa conta com 62 sistemas em funcionamento no Piauí, que recebem manutenção conforme metodologia, ofertando água para o consumo humano, utilização em trabalhos domésticos e para os animais. Mais de 11 mil pessoas são beneficiadas, direta e indiretamente, além de fornecer água de qualidade para centenas de instituições públicas, como associações e escolas, por exemplo. São 40 mil metros cúbicos de água produzidos por hora.
“É muito bom ver o impacto dos sistemas já implantados nas comunidades rurais, a população sabe dessa importância. Afinal, sabemos que muitos municípios do Piauí ainda sofrem com a salinização e com a falta de água potável”, afirmou o secretário Fábio Abreu, destacando que a expectativa é dobrar os números piauienses com o novo aporte de investimentos.
O gestor ressaltou, ainda, que o programa no Piauí está sendo associado a outros projetos como o Sertão Vivo e o de implantação de miniusinas de energia fotovoltaicas. “Em algumas regiões temos todo o projeto montado e não está funcionando ainda por falta de uma ligação com a energia elétrica. Portanto, a instalação de placas solares vai impulsionar, ainda mais, o programa”, pontuou Fábio Abreu. O PDA pode chegar a 41 cidades piauienses no total.
O encontro nacional durou dois dias e contou, também, com a presença do secretário nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Serra, que enfatizou o envolvimento direto da comunidade como o fator principal para o sucesso do mesmo. “O aperfeiçoamento do PAD é de grande relevância e importância para o governo federal, com a expectativa de retomar de fato o programa e as parcerias com estados, municípios e comunidades”, assegurou o gestor.
Fonte: Brasil 61 e Sada-PI