Nova vacina pode tratar e prevenir o câncer

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 11/01/2023 08h00, última modificação 10/01/2023 19h38
A vacina foi feita inicialmente para tratar um tipo de câncer do cérebro

Correio BrazilienseUma vacina bifuncional pode combater e prevenir tumores cancerígenos. O tratamento foi desenvolvido para atuar no glioblastoma, uma forma agressiva e mortal de câncer cerebral. No entanto, segundo os pesquisadores, pode funcionar em outros tipos de cânceres. A terapia, considerada um marco importante no tratamento e prevenção do câncer, foi testada em camundongos.


Em nota, o diretor do Centro de Terapias Celulares para o Câncer, professor da Universidade de Harvard e autor da pesquisa, Khalid Shah, contou que a equipe buscou uma ideia simples: usar células cancerígenas ativas para fazer com que elas mesmas atuem contra o câncer, como já acontece em vacinas contra outras patologias.

 

“Usando a engenharia genética para redirecionar as células cancerígenas para desenvolver uma vacina terapêutica que mata as células tumorais e estimula o sistema imunológico a destruir tumores primários e prevenir o câncer”. 

 

 

 

 

 

 

Cientistas desenvolvem uma vacina contra destruir e prevenir o câncer cerebral

 

 

Cientistas desenvolvem uma vacina contra destruir e prevenir o câncer cerebral(foto: Kok Siong e Chen e Khalid Shah/Divulgação)

 

 

 

De acordo com o estudo, a maioria das vacinas contra o câncer utilizam células tumorais inativadas para ajudar o sistema imunológico a identificar qualquer tumor vivo e destruí-lo. No entanto, esta pesquisa planejou transformar células tumorais vivas em agentes anticancerígenos que irão destruir as células tumorais ativas e permitir que o sistema imunológico memorize como combatê-las na próxima vez.

 

As células tumorais vivas liberam imunomoduladores, que ajudam o sistema imunológico a destruir as células tumorais cerebrais, ao mesmo tempo em que produzem proteínas em sua superfície, que as tornam muito óbvias para as células imunológicas. Isso os ajuda a lembrar como destruir células semelhantes na próxima vez.

 

Abordagem promissora

 

O que torna essa abordagem tão promissora é que essas células tumorais vivas, ao contrário das células inativadas, podem se alojar em outras células tumorais dentro do cérebro, levando os agentes anticancerígenos diretamente ao alvo.

 

A vacina foi aplicada em camundongos com sistemas imunológicos parecidos com os de humanos, tornando os resultados o mais próximo possível dos testes em pessoas. A terapia se mostrou segura e eficaz nos animais, proporcionando uma resposta imune duradoura.

 

Segundo Shah, além do glioblastoma, essa abordagem também pode ser eficaz para outros tumores sólidos. “Nosso objetivo é adotar uma abordagem inovadora, mas traduzível, para que possamos desenvolver uma vacina terapêutica contra o câncer que, em última análise, terá um impacto duradouro na medicina”, disse o autor na publicação.

 

Com o sucesso do experimento, agora eles acreditam que existe um caminho possível para testes em humanos, uma vez que mais testes de segurança possam ser conduzidos. “Nosso objetivo é adotar uma abordagem inovadora, mas traduzível, para que possamos desenvolver uma vacina terapêutica contra o câncer que, em última análise, terá um impacto duradouro na medicina”, finaliza Shah.

 

A pesquisa foi financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde (concessão R01-NS121096) publicada na revista Science Translational Medicine nesta quarta-feira (4/1). 

 

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Fonte: Correio Braziliense

Imagem: Ed. Alves/CB

Edição: Site TV Assembleia