Mulheres representam apenas 15% do total de candidaturas às prefeituras

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 03/09/2024 09h17, última modificação 03/09/2024 09h17
A cientista política Joana Neta participou de entrevista no Bom Dia Assembleia e detalhou a participação feminina nas eleições.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou estudo apontando que apenas 15% do total de candidatos às eleições municipias de 2024 são de mulheres. De acordo com o estudo da CNM, 2.311 candidatas foram registradas para disputar o cargo nas prefeituras de 1.947 cidades. "Embora apresente uma expansão de mulheres na participação política, somente em 35% das cidades há alguma candidata na disputa, enquanto o percentual é de 98% entre os homens", observa a Confederação.

 

No Piauí não é diferente. No estado, participam da disputa 72 mulheres, do total de de 493 candidatos. O percentual representa o mesmo da média nacional, mas o Piauí tem a menor participação feminina entre os estados da região Nordeste.

 

Mesmo assim, conforme a CNM, nacionalmente, houve crescimento no número de disputas femininas entre os anos de 2000 a 2024. "Nesse cenário, a quantidade de candidatas dobrou, passando de 1.150 para 2.311. No ano 2000, por exemplo, a cada 100 candidaturas registradas, oito eram mulheres. Em 2024, a razão subiu para 15 candidatas, levando em conta o mesmo universo", registra a CNM.

 

Apesar de indicar crescimento no número de candidaturas ao longo desses pleitos eleitorais, a CNM ressalta que os números não evidenciam o potencial da representatividade feminina na política, já que a maioria da população é composta por mulheres.

 

Em entrevista ao Jornal Bom Dia Assembleia desta segunda-feira, 3 de setembro, a cientista política Joana Neta ressaltou que esses dados devem ser sempre analisados levando em conta a perspectiva histórica, sociológica e cultural.

 

"Mutos direitos das mulheres foram retirados ao longo do tempo, e essa questão do avanço, da inserção da mulher na política, no mercado de trabalho, esses dados devem ser analisados historicamente. Apenas em 1932, a gente teve o direito de votar, com o aval do marido. Então, hoje, a gente já pode ir a um cartório eleitoral e registrar o direito de votar nas eleições", observou Joana Neta.

 

"Esse percentual de 15% é um número baixo, mas se comparado com a série história desde 2008, mostra uma evolução. No Brasil, isso é uma evolução, mas se comparado com o mundo, a gente tem um percentual abaixo do nível mundial", acrescentou Joana Neta.

 

Confira aqui a entrevista completa


 

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Fonte: TV Assembleia - Foto: Marcelo Camargo

Edição: Site TV Assembleia