Mulheres, jovens e pessoas de cor parda predominam no Piauí

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 24/07/2022 08h05, última modificação 25/07/2022 19h53
Cresce a proporção de pessoas que moram sozinhas no Piauí

Uma pessoa do sexo feminino, com idade entre 20 e 24 anos e autodeclarada de cor parda apresenta as características predominantes da população piauiense. Quem comprova isso é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), no módulo “Características dos Moradores 2020-2021”.



Conforme os dados de 2021, mais da metade (51,2%) da população piauiense é do sexo feminino. A maior parcela dos habitantes do estado está na faixa etária entre 20 e 24 anos, representando 8,9% do total. E 71,5% da população se autodeclara de cor parda.



As características predominantes no Piauí são semelhantes às que se sobressaem no país. Cerca de 51,1% da população brasileira é do sexo feminino. A prevalência também é de pessoas jovens, mas com empate técnico entre as faixas etárias que vão desde os 20 até os 39 anos, todas com proporção de 8% cada. As pessoas de cor parda também são maioria no país, representando 47% dos brasileiros.





Cresce a proporção de pessoas que moram sozinhas no Piauí

De 2012 a 2021, aumentou em 25% a proporção de pessoas que moram sozinhas no Piauí. Ao mesmo tempo, caiu em 4% o índice de domicílios com famílias do tipo nuclear – aquelas constituídas por casais com ou sem filhos ou ainda por uma pessoa com filhos. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Em 2012, primeiro ano de realização da PNAD Contínua, cerca de 9,2% da população piauiense residia sozinha, índice que chegou a 11,5% em 2021. No caminho inverso, a proporção de residências do tipo nuclear caiu de 66% em 2012 para 63,3% em 2021. Nos arranjos nucleares com filhos, são considerados os consanguíneos, os adotados ou os de criação.

 

Apesar do crescimento dos domicílios unipessoais, o percentual do Piauí é o sexto menor do país. A maior proporção de pessoas que moram sozinhas é do Rio de Janeiro (18,4%) e a menor é do Maranhão (9,9%). No país, a média é de 14,9%. O Piauí também possui a quarta menor proporção de famílias do tipo nuclear. O maior índice é do Paraná (72,8%) e o menor é do Amapá (58,6%). A média brasileira é de 68,2%.



O conjunto domiciliar pode ser classificado ainda nos tipos estendido e composto. A unidade doméstica estendida é aquela onde reside o responsável pelo domicílio e, pelo menos, mais um parente que não se enquadre na formação nuclear. Já a composta é aquela em que há, pelo menos, uma pessoa de fora do círculo parental.



No período de 2012 a 2021, também cresceu a proporção de domicílios com arranjos do tipo estendido. Subiu de 22,9% em 2012 para 23,9% em 2021, um aumento de 4,8%. Já os lares com famílias compostas reduziram em 40% no período, passando de 2% em 2012 para 1,2% em 2021.



O Piauí possui o terceiro maior índice do Brasil de unidades domésticas do tipo estendida. Somente Amazonas (25,9%) e Amapá (26,9%) possuem proporções superiores. Rio Grande do Sul tem a menor proporção (11,4%) e o país tem média de 15,9%.


Com relação às famílias do tipo composta, o Piauí tem o oitavo maior índice do Brasil. Roraima tem a maior proporção, de 3,5%, e Sergipe a menor, de 0,6%. Já a média do país é de 1% dos domicílios.


Piauí tem o menor crescimento populacional do país



Entre 2012 e 2021, a população do Piauí aumentou apenas 2,4%. É a menor taxa de crescimento entre os estados do país, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram obtidos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), no módulo “Características dos Moradores”.





De acordo com o levantamento, o Piauí ganhou apenas 76 mil moradores entre 2012 e 2021. A população do estado, que era de 3,213 milhões de pessoas em 2012, chegou a 3,289 milhões em 2021.



No mesmo período, a taxa de crescimento do Brasil foi de 7,5%. A população brasileira passou de 197 milhões em 2012 para 212 milhões em 2021, um incremento de 14 milhões de pessoas. O estado de Roraima teve o maior percentual de aumento (36,3%): lá, a população passou de 427 mil em 2012 para 582 mil em 2021.


Teresina segue a mesma tendência de baixo crescimento populacional, tendo o segundo menor índice entre as capitais do país. De 2012 a 2021, a população da capital passou de 841 mil para 871 mil pessoas, aumento de 30 mil habitantes, uma variação de 3,6%.



Apenas Porto Alegre (RS) teve taxa menor que Teresina, da ordem de 3,1%, passando de 1,448 milhão de habitantes em 2012 para 1,493 milhão em 2021, aumento de 45 mil moradores. Boa Vista (RR) teve a maior variação no período, de 37,9%. A capital roraimense ganhou 114 mil habitantes, subindo de 301 mil pessoas em 2012 para 415 mil em 2021.





Entre as justificativas para o baixo crescimento populacional do Piauí, está a redução de nascimentos. O índice pode ser verificado no estudo Projeções da População 2018, do IBGE. Conforme o levantamento, enquanto as mulheres piauienses tinham uma média de 2,68 filhos em 2000, o número caiu para 1,72 filhos em 2021. Com isso, a taxa bruta de natalidade reduziu de 23,5 nascimentos a cada mil habitantes em 2000 para 14,5 nascimentos a cada mil habitantes em 2021.



Ainda de acordo com as Projeções da População 2018, o saldo migratório do Piauí é negativo. Isso significa que o estado perde mais pessoas para outros locais do que recebe novos moradores, o que também contribui para o baixo crescimento populacional. Em média, cerca de 13,9 mil habitantes saem anualmente do Piauí para morar em outros lugares. A taxa líquida de migração chegou a -3,81 em 2021, o que significa que a cada mil habitantes, cerca de 3,81 deixam o estado anualmente.


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Fonte: IBGE

Imagem: Reprodução G1

Edição Site TV Assembleia