Março Azul: Campanha alerta sobre o aumento de casos de câncer colorretal em jovens
O câncer colorretal, que afeta o intestino grosso, o cólon e o reto, está entre as doenças mais impactantes na saúde e qualidade de vida da população. Nos últimos anos, uma tendência preocupante chamou a atenção dos especialistas: o aumento do diagnóstico da doença em pessoas com menos de 50 anos. Diante desse cenário, a campanha Março Azul busca conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
Em entrevista Shirley Evangelista no Jornal Alepi TV 1 desta sexta-feira, 7, a médica gastroenterologista Joceli Santos destacou que o câncer colorretal é o segundo mais comum no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de próstata nos homens e do câncer de mama nas mulheres, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma. Segundo ela, o aumento dos diagnósticos pode estar relacionado tanto ao crescimento real da doença quanto à maior procura por atendimento médico.
Diagnóstico tardio e sintomas silenciosos
De acordo com a especialista, atualmente, 65% dos casos de câncer de intestino no Brasil são identificados em estágios avançados, o que reduz significativamente as chances de cura. Isso acontece porque os sintomas muitas vezes passam despercebidos ou são confundidos com outras condições, como vermes ou hemorroidas. Entre os sinais de alerta estão perda de peso sem explicação, sangramento nas fezes, alteração no hábito intestinal (diarreia ou constipação), dor retal, anemia e fraqueza.
Fatores de risco e prevenção
Joceli sublinha que os principais fatores de risco estão ligados ao estilo de vida, incluindo sedentarismo, obesidade, baixa ingestão de fibras, excesso de carne vermelha e gorduras saturadas, consumo excessivo de álcool e tabagismo. Além disso, histórico familiar de câncer colorretal, doenças inflamatórias intestinais (como Doença de Crohn e retocolite ulcerativa) e cânceres prévios (de mama, útero ou ovário) também aumentam a vulnerabilidade.
Antes, o rastreamento era recomendado a partir dos 50 anos, mas, devido ao aumento dos casos em pessoas mais jovens, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Sociedade Brasileira de Gastroenterologia passaram a indicar que a prevenção comece aos 45 anos, especialmente para aqueles com fatores de risco.
Confira a entrevista na íntegra
Fonte: TV Alepi