Jovens adultos correm risco maior de ter obesidade

por Helorrany Rodrigues da Silva publicado 08/09/2021 08h33, última modificação 08/09/2021 08h33

Jovens adultos de 18 a 24 anos correm o maior risco de ficarem com sobrepeso ou desenvolverem obesidade na próxima década de vida, em comparação com adultos em qualquer outra faixa etária. Por isso, as políticas de prevenção da obesidade devem ter como alvo esse grupo, de acordo com um novo estudo conduzido por pesquisadores nas universidades College London, de Cambridge e de Berlim.

O estudo, publicado no The Lancet Diabetes & Endocrinology, mostra que ser um adulto jovem é um fator de risco mais importante para ganho de peso do que sexo, etnia, região geográfica ou características da área socioeconômica. O risco de ganhar peso não é apenas maior nessa faixa etária, mas diminui constantemente com a idade.

Os pesquisadores analisaram registros de saúde anônimos de atenção primária de mais de 2 milhões de adultos (com mais de 9 milhões de medições de IMC e peso) na Inglaterra, entre 1998 e 2016 para investigar o risco de mudanças de peso em diferentes idades e grupos. Descobriram que pessoas com idade entre 18 e 24 anos tinham quatro vezes mais probabilidade de ficarem com sobrepeso ou desenvolverem obesidade nos próximos 10 anos, quando comparadas às na faixa entre 65 e 74 anos.

Jovens adultos classificados como com sobrepeso ou obesos também eram mais propensos a passarem para uma categoria de IMC mais alta do que aqueles classificados como sobrepeso ou com obesidade em qualquer outra faixa etária. "Os jovens passam por grandes mudanças na vida. Eles podem começar a trabalhar, ir para a universidade ou sair de casa pela primeira vez - os hábitos que adquiriram nesses anos podem perdurar até a idade adulta. Se levamos a sério a prevenção da obesidade, devemos desenvolver intervenções que possam ser direcionadas e relevantes para os jovens adultos", diz a coautora Claudia Langenberg, das universidades de Cambridge e de Berlim. Como se trata de um estudo observacional, os autores não estabeleceram uma relação de causa e efeito.

Com informações Correio Brasiliense
Imagem: Beto Novaes/EM/D.A. Press