InfoGripe: aumentam as internações de idosos por Covid-19

por Helorrany Rodrigues da Silva publicado 10/08/2024 13h10, última modificação 10/08/2024 09h56
Entre as capitais, seis apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG: Campo Grande (MS), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Teresina (PI), e Florianópolis (SC).

Divulgado nesta sexta-feira (9/8), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta crescimento do número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), associado à Covid-19, entre os idosos nos estados do Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Em alguns estados do Nordeste, como Ceará, Pernambuco e Piauí, apesar de não haver aumento de internações entre os idosos, a maior parte dos casos de internações registrados nas últimas semanas foi causada pela Covid-19. A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 31, período de 28 de julho a 3 de agosto, e tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

 

 

 

Diante desse cenário, a pesquisadora do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz (Procc) e do Boletim InfoGripe Tatiana Portella ressaltou a importância de que os hospitais e as unidades sentinelas de síndrome gripal dessas regiões reforcem a atenção para qualquer sinal de aumento expressivo na circulação do vírus da Covid-19.

 

O estudo observou ainda que o vírus sincicial respiratório (VSR) se mantém como a principal causa de internação e óbitos em crianças de até dois anos, embora demonstre queda nas últimas semanas. Outro vírus respiratório com destaque para a incidência de SRAG em crianças e adolescentes até 14 anos é o rinovírus.

 

O agregado nacional mostra queda na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). De acordo com a análise, a diminuição da SRAG se deve a uma queda ou interrupção no crescimento das SRAG por VSR e influenza A em muitos estados do país. No entanto, em alguns estados, esses vírus ainda se encontram em ascensão. 

 

No que se refere ao cenário mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a porcentagem de casos positivos para a Covid-19 tem aumentado em 84 países nas últimas semanas. "A região com maior atividade do vírus é a Europa, seguida pelas Américas", destacou Portella.

 

Estados e capitais

 

 

Três Unidades Federativas (UFs) apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Na Bahia, o aumento de SRAG se concentra nas crianças e adolescentes de até 14 anos de idade e está associado ao rinovírus. Em Minas Gerais, o aumento de casos de SRAG está associado à influenza, enquanto no Rio Grande do Sul à Influenza e ao VSR. Por outro lado, o estudo verificou manutenção da interrupção do crescimento ou diminuição de casos de SRAG por VSR na maior parte do país, com exceção do estado do Rio Grande do Sul.

 

"Também se observa uma diminuição ou interrupção do crescimento dos casos de influenza em muitos estados, embora ainda continue crescendo entre os idosos em alguns estados do Sudeste e Sul do país", informou a pesquisadora. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 20,4% para nfluenza A; 1.3% para influenza B; 30,3% para VSR; e 14,3% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Em relação aos óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 38% para influenza A; 1,2% para influenza B; 10%  para VSR; e 31,2% para Sars-CoV-2.

 

Entre as capitais, seis apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG: Campo Grande (MS), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Teresina (PI), e Florianópolis (SC).

 

Casos em 2024


Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 108.657 casos de SRAG, sendo 53.065 (48,8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório 42.247 (38,9%) negativos, e ao menos 7.348 (6,8%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do ano corrente, 19.2% são influenza A, 0,5% Influenza B, 44,1% vírus sincicial respiratório, e 17,8% Sars-CoV-2. 

 

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Fonte: Fiocruz - Imagem: Divulgação Fiocruz

Edição: Site TV Assembleia