Idosos e crianças são mais sensíveis à desidratação em dias quentes

por Helorrany Rodrigues da Silva publicado 03/12/2023 14h50, última modificação 03/12/2023 13h03
Os riscos da desidratação - situação que ocorre quando a pessoa perde água do corpo - vieram à tona com o recente episódio do óbito de uma jovem durante o show da cantora estadunidense Taylor Swift, no Rio de Janeiro

Por ano, mais de 40% das internações por desidratação no Sistema Único de Saúde (SUS) são de pacientes acima de 60 anos, segundo dados do Datasus, e aproximadamente 25% são de crianças menores de cinco anos. Algumas características fazem dos idosos o público mais vulnerável à desidratação. Isso porque o idoso naturalmente possui menos água no organismo e também tem menos sede do que indivíduos de outras idades. Porém, a pessoa mais velha tem a mesma necessidade de ingestão de líquidos, às vezes até maior. Com relação às crianças, o fato de não ingerirem líquidos por conta própria também exige atenção redobrada dos pais e responsáveis.


Os riscos da desidratação - situação que ocorre quando a pessoa perde água do corpo - vieram à tona com o recente episódio do óbito de uma jovem durante o show da cantora estadunidense Taylor Swift, no Rio de Janeiro, que trouxe o alerta sobre os cuidados que devem ser tomados em dias de altas temperaturas.


A desidratação pode ocorrer por quadros de diarreia, vômitos e queimaduras extensas da pele, mas a exposição ao calor excessivo também pode levar à perda significativa de água do organismo. Médico  nefrologista que atua no Eco Medical Center, Caio Pellizzari explica que é recomendada a ingestão de 30 a 35 mL de água por quilo de peso por dia. "Ou seja, uma pessoa de 70 quilos deveria ingerir de 2 a 2,5 litros de líquido por dia. Em situações de temperaturas muito elevadas, o consumo de líquido deve ser ainda maior. Isso porque o calor faz com que a pessoa transpire mais e perca mais água do corpo", elucida.


Sintomas

 

Entre os principais sintomas da desidratação estão sede, boca seca, pele ressecada, pressão baixa e tontura. Em casos mais graves, pode levar a quadros de alteração neurológica (crise convulsiva e coma), alterações cardíacas (taquicardia e arritmias) e insuficiência renal.

 

Uma maneira prática de avaliar o grau de hidratação é através da cor da urina. Organismos hidratados, geralmente, expelem a urina com uma coloração de amarelo claro a quase transparente e, por outro lado, urinas com tons de amarelo escuro indicam uma baixa ingestão hídrica.

 

"Ressaltamos que portadores de insuficiência cardíaca (coração fraco), doença renal e hepática avançada precisam passar por avaliação médica para determinar a quantidade líquido que devem ingerir. Isso porque essas doenças cursam com excesso de líquido no corpo e, caso tomem muito líquido, isso pode evoluir com descompensação", aponta o médico.

 

Desidratação pode levar a óbito

 

O médico cardiologista André Bernardi conta que o calor intenso pode gerar um aumento da demanda metabólica de cada paciente. Assim, o organismo se molda para adaptar-se àquela situação hostil de falta de água, já que a maior parte do corpo contém água. "Nesses casos, a pele tende a ficar com maior vasodilatação, ou seja, mais quente, para tentar expulsar o calor. O corpo se reorganiza com a água corporal para privilegiar essa perda de calor, retirando a água muitas vezes de órgãos nobres, o que sobrecarrega a função do coração e de órgãos nobres, especialmente o cérebro, gerando convulsões, pulmão e rins. E, quando esses órgãos nobres não funcionam bem, podem colapsar, levando a óbito", relata o especialista, que também atua no Eco Medical Center.

 

Com Informações Jornal de Minas

Imagem: Freepik

Edição: Site TV Assembleia