IBGE divulga números da pobreza no Piauí em 2021

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 08/12/2022 14h20, última modificação 08/12/2022 14h38
Em 2021, o estado apresentou o menor rendimento médio do trabalho no país

Em 2021, a condição de pobreza apresentou um crescimento no Piauí, atingindo 44,7% da população, um crescimento de 6,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior, quando registrou 38,4%. É o que apontam os dados da Síntese dos Indicadores Sociais 2022 do IBGE, que traz uma análise das condições de vida da população brasileira.

 

No ano de 2021, aproximadamente 1,4 milhão de pessoas estava em condição de pobreza no Piauí, contra 1,2 milhão de pessoas em 2020, um crescimento de cerca de 200 mil pessoas a mais de um ano para o outro. Pessoas em condição de pobreza eram aquelas que viviam, em 2021, com um rendimento domiciliar per capita de menos de R$ 486,00 mensais no Piauí, ou US$ 5,5 por dia, conforme os parâmetros do Banco Mundial para definir a condição de pobreza. Os valores referentes à linha de pobreza não podem ser convertidos usando a taxa de câmbio do mercado, mas referem-se ao fator de Paridade do Poder de Compra (PPC).

 

Em 2020, o Piauí detinha o 10o. maior indicador de pobreza no país, passando para a 13a. posição, em 2021. Nesse último ano, o índice de pobreza do país atingiu 29,4% e o estado do Piauí superou aquele indicador em 15,3 pontos percentuais. A unidade da federação com o maior indicador de pobreza no país, em 2021, foi o Maranhão, com 57,5%, seguido de Alagoas, com 51,7%. Por sua vez, os estados com menores indicadores foram o Rio Grande do Sul, com 13,5%, e Santa Catarina, com 10,5%.

 

A redução dos valores e abrangência, bem como o aumento dos critérios para concessão do Auxílio Emergencial, em 2021, provavelmente tiveram impactos sobre o aumento da extrema pobreza e da pobreza neste último ano, já que, como foi mostrado na edição da Síntese dos Indicadores Sociais de 2020, os programas emergenciais de transferência de renda tiveram importante papel na redução da pobreza e desigualdade naquele ano. Adiciona-se a esta dinâmica a ausência de uma recuperação efetiva do mercado de trabalho em 2021, que teve efeitos significativos sobre o rendimento dos domicílios, em especial dos mais pobres.

 

Proporção de pessoas com rendimento domiciliar per capita abaixo de US$ 5,50 PPC, segundo as unidades da federação - 2021



Em 2021, o Piauí apresentou o menor rendimento médio do trabalho no país


No ano de 2021, o estado do Piauí registrou o menor rendimento médio real do trabalho no país, de cerca de R$ 1.409,00, inferior inclusive ao que havia sido registrado no ano anterior, quando registrou R$ 1.417,00. Essa informação consta na Síntese dos Indicadores Sociais 2022 do IBGE, que traz uma análise das condições de vida da população brasileira.

 

A unidade da federação com o maior rendimento médio real do trabalho no Brasil foi o Distrito Federal, com R$ 4.084,00, seguido de São Paulo, com R$ 3.026,00. Na região Nordeste, o estado com a maior média foi o Rio Grande do Norte, com R$ 2.029,00, seguido de Pernambuco, com R$ 1.761,00.

 

O rendimento médio real do trabalho no Piauí ficou 41% abaixo da média nacional, que foi de R$ 2.406,00, e cerca de 14,5% abaixo da média da região Nordeste, que foi de R$ 1.649,00.

 

O rendimento registrado em Teresina, de R$ 1.854,00, apesar de ter sido cerca de 32% superior à média observada para o estado do Piauí, foi o menor rendimento médio real do trabalho dentre todas as capitais do Brasil. O município da capital que apresentou o maior rendimento foi Florianópolis (SC), com R$ 4.370,00, cerca de 135% superior a Teresina, seguida de Vitória (ES), com R$ 4.322,00.

 

Um em cada quatro jovens de 15 a 29 anos não estuda nem está ocupado no Piauí


Em 2021, pouco mais de um quarto (27,4%) dos jovens piauienses de 15 a 29 anos encontravam-se sem estudar e sem uma ocupação no mercado de trabalho. O indicador observado para o Piauí foi superior ao registrado para o país, que foi de 25,8%, mas inferior ao observado para a região Nordeste, que atingiu 33%. São informações da Síntese dos Indicadores Sociais 2022 do IBGE, que traz uma análise das condições de vida da população brasileira.

 

No Piauí haviam cerca de 220 mil jovens nessa situação e no país esse quantitativo chegou a cerca de 12,7 milhões de pessoas. Em termos de faixa etária no Piauí, estavam sem estudar nem trabalhar: 7,6% dos jovens de 15 a 17 anos; 31,6% dos jovens de 18 a 24 anos e 38,2% dos jovens de 25 a 29 anos.

 

Os principais motivos alegados pelos jovens para não terem tomado uma providência para conseguir trabalho, foram o de não haver trabalho na localidade em que moravam e o de ter que cuidar dos afazeres domésticos, dos filhos ou de outros parentes.

 

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Fonte: IBGE

Imagem: Reprodução

Edição: Site TV Assembleia