Fumar cotonete: moda entre jovens e crianças traz riscos à saúde

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 09/11/2022 08h15, última modificação 08/11/2022 20h21
Desafio viralizou nas redes sociais. Hastes plásticas e algodão queimados são mais perigosos que o cigarro

Estado de MinasAs redes sociais mostram, nos últimos dias, uma nova trend que tem atraído a curiosidade de crianças e adolescentes: fumar cotonete. Os vídeos compartilhados apresentam os jovens acendendo a ponta do objeto com fogo e inalando a fumaça produzida pelo algodão e pela haste de plástico.


Segundo a pneumologista Michelle Andreata, da empresa especializada em home care, Saúde no Lar, esse tipo de prática pode causar muitos danos à saúde dos usuários e merece a atenção dos pais e responsáveis.



"As partículas de algodão, ao serem inaladas, por si só já podem causar bissinose, algo muito comum para pessoas que trabalham na indústria têxtil e que consiste no estreitamento das vias respiratórias, gerando uma respiração ruidosa e a sensação de pressão na região do tórax. Ela pode, com o tempo, reduzir a função do pulmão até que ele pare de funcionar. Quando pensamos na fibra queimada, ela provoca broncoespasmos e alergias respiratórias via aérea superior motivadas pela liberação do monóxido de carbono, fazendo com que o in divíduo sinta falta de ar, tussa, desenvolva doenças respiratórias crônicas e até sofra uma parada cardiorrespiratória."


A médica ressalta que a fumaça gerada pelo plástico queimado também é altamente tóxica e libera vários tipos de substâncias prejudiciais à saúde. Sua alta temperatura pode causar lesões na traqueia e nos brônquios e chegar até os alvéolos.



"Aqueles que estão se submetendo a esse tipo de experiência podem desenvolver crises alérgicas, de asma, serem sufocados e acarretar problemas ainda mais graves de saúde."



A prática deve ser interrompida imediatamente pelos usuários e os responsáveis devem encaminhar seus filhos a especialistas, caso a atividade tenha sido realizada por um espaço maior de tempo.

 

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Fonte: Estado de Minas

Imagem: Sarah Chai/Pexels

Edição: Site TV Assembleia