Fiocruz registra diminuição de hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 22/07/2024 13h20, última modificação 22/07/2024 11h54
Porém, a Covid-19 é a segunda maior causa de óbitos por SRAG em idosos nas últimas semanas.

O último Boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz sinaliza manutenção da diminuição no país do número de novas hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Alguns estados, no entanto, ainda apresentam aumento no número de hospitalizações por vírus respiratórios. Caso da Região Sudeste, onde a maioria dos estados tem crescimento do número de hospitalizações por influenza, vírus sincicial respiratório e rinovírus. Na Região Norte, Amapá, Roraima e Pará ainda registram crescimento de novas hospitalizações em crianças pequenas, causados pelos vírus sincicial respiratório e rinovírus. A Covid-19, apesar de ainda circular em níveis baixos em todo o país, é a segunda maior causa de óbitos por SRAG em idosos nas últimas semanas. A análise registrou leve aumento da atividade da Covid-19 em alguns estados do Norte e Nordeste, com destaque para Ceará, Piauí e Amazonas, onde a maioria das hospitalizações por SRAG em idosos nas últimas semanas foi causado por Covid-19.

 

A pesquisadora do Programa de Processamento de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, destaca uma consolidação na interrupção do crescimento dos casos de VSR e influenza A em alguns estados do Centro-Sul. Contudo, segundo a especialista, ainda se verifica manutenção do crescimento dos casos dos vírus influenza, VSR e rinovírus na maioria dos estados do Sudeste. A análise mostra ainda que alguns estados do Norte também apresentam manutenção do aumento do VSR e rinovírus em crianças pequenas.

 

Em nível nacional, o InfoGripe aponta indícios de queda de SRAG, na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na tendência de curto prazo (últimas três semanas), O novo cenário se deve a uma queda ou interrupção no crescimento de SRAG por VSR e influenza A em muitos estados, embora ainda esteja em ascensão em alguns. A análise é referente à Semana Epidemiológica 28, período de 7 de junho a 13 de julho. E tem como base os dados do Sivep-Gripe até 29 de junho.

 

O atual cenário, na visão dos pesquisadores do InfoGripe, ainda requer atenção da área de saúde e cuidados por parte da população. Portella reforça a importância da vacinação contra a Covid-19 e influenza. Ela ressalta que todas as pessoas elegíveis devem se vacinar. Chama atenção ainda que outras recomendações importantes nesta época do ano são o uso de máscaras em locais fechados, em locais com menor circulação de ar e também nos postos de saúde.

 

"Em caso de aparecimento de sintomas, além de procurar um médico, é importante, se possível, ficar em casa em isolamento, se recuperando e também evitando transmitir esses vírus para outras pessoas, principalmente para aquelas que fazem parte do grupo do risco e têm a chance de desenvolver um quadro mais grave dessas doenças, como idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidades", orienta.

 

A pesquisadora chama a atenção que a Covid-19 tem se mantido em patamares baixos quando comparada com seu histórico de circulação. Contudo, o vírus tem sido a principal causa de internação por SRAG entre os idosos no Amazonas, Ceará e Piauí nas últimas semanas. Alguns estados do Norte e Nordeste também têm apresentado uma ligeira atividade da Covid-19. " É importante que os hospitais e as unidades sentinelas de síndrome gripal dessas regiões reforcem a atenção para qualquer sinal de aumento na circulação do vírus".

 

Estados e capitais

 

Segundo a atualização, seis unidades da Federação apresentam crescimento de casos de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá, Espirito Santo, Minas Gerais, Pará, Roraima e São Paulo. Entre as capitais, dez têm sinal de crescimento de casos de SRAG: Belém (PA), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Macapá (AP), Maceió (AL), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).

 

 

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 21.5% de influenza A, 1.0% de influenza B, 38.8% de vírus sincicial respiratório e 8.7% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de de 40.7% para influenza A, 1.1% para influenza B, 17.9% para vírus sincicial respiratório e 26.2% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

 

Ano Epidemiológico 2024


Referente ao ano epidemiológico 2024 foram notificados 97.469 casos de SRAG, sendo 47.401 (48.6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 36.829 (37.8%) negativos e ao menos 7.664 (7.9%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.

 

Entre os casos positivos do ano corrente, 19.3% são de influenza A, 0.4% de influenza B, 45.0% de vírus sincicial respiratório e 18.8% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de 21.5% para influenza A, 1.0% para influenza B, 38.8% para vírus sincicial respiratório e 8.7% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

 

Óbitos por SRAG em 2024


Em relação aos óbitos de SRAG em 2024 foram registrados 5.982 óbitos, sendo 3.243 (54.2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.220 (37.1%) negativos, e ao menos 153 (2.6%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, 28.2% são de Influenza A, 0.5% Influenza B, 10.2% vírus sincicial respiratório, e 55.5% SARS-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de 40.7% para influenza A, 1.1% para influenza B, 17.9% para vírus sincicial respiratório e 26.2% para Sars-CoV-2 (Covid-19).

 

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Fonte: Agência Fiocruz de Notícias - Imagem

Edição: Site TV Assembleia