Fibromialgia: cerca de 3% da população sofre com a síndrome

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 15/05/2023 07h15, última modificação 12/05/2023 13h48
Segundo pesquisa, a fibromialgia é mais recorrente em mulheres na faixa dos 25 aos 50 anos

A síndrome de fibromialgia (FM) é conhecida por ser uma doença física que se manifesta por dores no corpo, fadiga (cansaço), sono não reparador e sintomas psicológicos que trazem grandes impactos na qualidade de vida como, por exemplo, alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. A principal característica de uma pessoa que sofre com a doença é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura seja por ele mesmo, ou por outra pessoa.

 

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), de 2022, pelo menos 3% da população brasileira sofre com dores físicas intensas e incapacitantes da FM, além de outros sintomas. O estudo ainda aponta que a síndrome é mais recorrente em mulheres, sendo que em 90% dos casos diagnosticados têm maior incidência em pessoas do sexo feminino, na faixa dos 25 aos 50 anos.

 

Outros traços bem comuns da síndrome estão relacionados à dor intensa no corpo e a alterações de humor, que atrapalham, consequentemente, as atividades do dia a dia de quem possui a doença.

 

Fibromialgia x hormônios

 

Apesar da fibromialgia ser mais comum no público feminino, estudos ainda não comprovam uma explicação para o caso. Segundo a professora de fisioterapia da Universidade Anhanguera, Regina Célia Poli, que também é pesquisadora sobre o tema, a condição não parece ter relação com os hormônios: "A fibromialgia afeta mulheres tanto antes, quanto depois da menopausa. Por isso, ainda não temos uma explicação para isso. Talvez os critérios utilizados hoje no diagnóstico da FM tendam a incluir mais mulheres em suas pesquisas", diz.

 

A FM apresenta um impacto negativo na qualidade de vida das pessoas, já que pode trazer sintomas psicológicos incapacitantes: "Foram observados elevados níveis de dor para o exercício de atividades do trabalho em pacientes com a síndrome. Consequentemente, esses altos níveis estão associados ao distanciamento da rotina e no aumento da ansiedade”, explica.

 

O diagnóstico da fibromialgia deve ser feito por um médico, que precisará de histórico clínico e exames laboratoriais do paciente que, quando comprovados, o afastará de doenças semelhantes.

 

Fibromialgia não tem cura

 

A síndrome não tem cura e tem o tratamento não-medicamentoso como principal aliado no combate à doença, ou seja, o cuidado com o paciente consigo mesmo são mais importantes do que as medicações, embora estas também exercem um papel importante no alívio da dor e na melhoria do sono.

 

Terapias psicológicas, seja mental ou corporal, como ioga, massagens terapêuticas e acupuntura são atividades comuns no tratamento de dores crônicas. Essas práticas se mostram seguras e eficientes em pacientes que sofrem com as dores da FM.

 

A fibromialgia não tem muitos estudos devido à sua falta de compreensão no mecanismo biológico. Porém, o Grupo de Estudo da Universidade Anhanguera de Londrina (PR), feito pela prof.ª Regina Celia Poli, recentemente, analisou genes comuns da síndrome, sua relação com a dor e sua capacidade funcional nos membros inferiores de mulheres.

 

O estudo encontrou uma ligação genética que poderá contribuir para melhor discernimento da doença: "Com a pesquisa, entendemos melhor os padrões de polimorfismos genéticos dos miRNAs e seu papel em diferentes doenças, incluindo a FM", conclui.

 

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Fonte: Estado de Minas

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Edição: Site TV Assembleia