Favelas no Piauí: Desafios e resiliência dos moradores da periferia
Uma pesquisa recente divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Piauí possui 173 favelas, com 98% delas concentradas em Teresina. Em entrevista a Juliana Arêa Leão, no Jornal Bom Dia Assembleia desta terça-feira, 12, Valciãn Calixto, presidente da Central Única das Favelas (CUFA) no Piauí, disse que o crescimento dessas comunidades ocorre rapidamente devido à busca por moradia digna, mas sem o acompanhamento necessário de infraestrutura e serviços públicos básicos, como saúde, segurança e transporte.
Ao contrário das favelas verticalizadas de estados como o Rio de Janeiro, as favelas piauienses se destacam por uma característica horizontal, mais comuns em regiões planas como a Vila Mandu, que ilustram um contraste urbano em relação a outras capitais. Calixto aponta que a ausência de transporte coletivo de qualidade, por exemplo, cria desafios diários para os moradores, que precisam buscar serviços médicos em bairros distantes, arcando com o custo extra do transporte.
Outro ponto levantado é a carência de dados aprofundados sobre favelas em outros municípios do estado. O IBGE indicou apenas três municípios com favelas (Teresina, Picos e Parnaíba), mas Calixto acredita que o problema é mais abrangente e subnotificado devido a limitações no levantamento.
Em meio a esses desafios, a população das favelas demonstra resiliência e criatividade. Muitas famílias encontram formas de sustento através de hortas comunitárias, pequenos negócios e trabalhos autônomos. Essas iniciativas, como bancas de lanches e serviços de estética, segundo Calixto, mostram a força e a capacidade de adaptação da comunidade, que, apesar das dificuldades, continua a criar alternativas de sobrevivência e sustentabilidade.
Confira e entrevista na íntegra
Fonte: TV Assembleia