Estudo mostra que novo exame de sangue pode detectar a doença de Alzheimer

por Andressa Scobar Fontenele Araujo publicado 30/12/2022 13h10, última modificação 29/12/2022 12h33
Pesquisadores descobriram um novo biomarcador que poderá ser utilizado na identificação da doença, de uma forma mais barata e menos invasiva

Atualmente, existem três características distintas que os médicos podem detectar no cérebro do paciente antes de realizar o diagnóstico: placas de proteína amilóide; emaranhados de proteína tau; e evidências de neurodegeneração. Essas características podem ser observadas por meio dos exames de ressonância magnética, tomografia por emissão de pósitrons ou análise de amostras de líquido cefalorraquidiano obtidas por punção lombar. 

 

 

 

No caso da ressonância, os valores elevados tornam o exame inacessível para muitas pessoas. Já as punções lombares, podem ser dolorosas e causar efeitos colaterais, como dores de cabeça de longa duração. Essas limitações fizeram com que a equipe que realizou o estudo procurasse um novo meio que pudesse diagnosticar, de forma confiável, a doença de Alzheimer. 

 

Apesar da novidade, os exames de sangue para descobrir o Alzheimer já existiam para detectar a proteína amilóide anormal no plasma sanguíneo e a proteína tau fosforilada. Entretanto, o exame ainda não detecta o problema da neurodegeneração. 


Segundo o site IFLScience, o melhor biomarcador de neurodegeneração que pode ser usado para detectar no plasma sanguíneo é chamado de cadeia leve de neurofilamento. Apesar disso, os autores do estudo apontam que “é incapaz de diferenciar entre a doença de Alzheimer e outras demências devido ao seu aumento em uma ampla gama de distúrbios neurodegenerativos. Consequentemente, o campo de pesquisa da demência atualmente carece de um biomarcador sanguíneo que seja especificamente alterado como resultado de alterações neurodegenerativas do tipo Alzheimer”.

 

Em busca de uma nova forma de diagnóstico com mais especificidade, os pesquisadores desenvolveram um anticorpo que se liga seletivamente à BD-tau, evitando as chamadas proteínas “big tau” que são produzidas por células fora do cérebro. O novo teste de anticorpos foi realizado em mais de 600 amostras de pacientes e mostrou que era eficaz no diagnóstico do Alzheimer e na distinção da doença com outras condições neurodegenerativas. 

Se a descoberta se mostrar eficaz em pessoas de todas as origens e em diferentes estágios da doença, o novo método de detecção pode ser uma forma mais acessível e barata para diagnosticar o Alzheimer. 

 

Com Informações Correio Braziliense

Imagem: Correio Braziliense 

Edição: Site TV Assembleia