Estudo: hábito que reduz frequência de resfriados em crianças

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 23/02/2023 08h25, última modificação 22/02/2023 19h19
Cientistas analisaram crianças de 4 a 7 anos durante dois meses

Por Fabiana Schiavon

 

Saúde Abril - Início das aulas é sinônimo de maior circulação de vírus respiratórios entre as crianças, e a frequência de resfriados acaba subindo (principalmente entre os menores). Mas é possível dar uma força para o sistema imunológico e escapar de espirros, nariz escorrendo e mal-estar.

 

Boa alimentação, higiene adequada e carteirinha de vacinação em dia são aliados clássicos. Pois um novo estudo reforça a importância de outro hábito dessa lista: praticar atividade física. Os achados apareceram depois que os pesquisadores observaram um grupo de crianças polonesas no jardim de infância durante dois meses.

 

Eles perceberam que os pequenos mais ativos passavam menos tempo com sintomas de crises respiratórias do que aqueles que não se exercitavam. E quem fazia três horas ou mais de esportes por semana encarava menos episódios de resfriado.

 

Para entender o grau de movimentação da molecada, os autores do trabalho consideraram a quantidade de passos diária e a participação regular em atividades esportivas, seja na escola ou em casa.

 

O estudo, publicado na Pediatric Research, avaliou meninos e meninas de 4 a 7 anos. Eles esclarecem que outros estudos já davam conta de que a atividade física deixa o sistema imunológico mais afiado. Os pesquisadores especulam que um indivíduo ativo consegue controlar melhor as citocinas inflamatórias, substâncias por trás de doenças crônicas.

 

“O metabolismo muda e o sistema respiratório funciona melhor. Com esse organismo mais preparado, a criança pode até ficar doente, mas terá sintomas menos graves”, afirma Patricia Terrível, pediatra do Hospital IGESP, em São Paulo.

 

Menos tela, mais movimento

 

Não custa reforçar: quando se fala em atividade física na infância, ela está atrelada à diversão. Só que, hoje, muitas crianças trocaram as brincadeiras ativas por videogame, televisão, celular…

 

“Entendemos que, na pandemia, foi difícil gerenciar trabalho e crianças em casa. Aí, deixá-las com o celular virou opção de brincadeira, mas não deve ser assim. É melhor descer para o parquinho ou ir até uma praça”, comenta Patricia.

 

Pilares da imunidade em dia

 

Além da atividade física, há mais hábitos que contribuem para manter a imunidade das crianças em alta, deixando-as mais preparadas para lidar com resfriado, gripe, Covid-19 e outras ameaças:

 

  • Aleitamento materno

 

“Crianças que mamaram mais tempo têm mais anticorpos em comparação a quem tomou fórmula desde o nascimento”, lembra Patricia.

 

  • Alimentação

 

Frutas, legumes, verduras, leguminosas e outros alimentos naturais ou minimamente processados devem compor o cardápio infantil. Itens altamente processados, como salgadinhos, refrigerantes e biscoitos, não são bem-vindos.“As mães perguntam sobre fontes de vitamina C, por exemplo, e a resposta é dar uma laranja para a criança chupar. Tudo o que ela precisa está nos alimentos”, diz a pediatra.

 

 

  • Vacinação em dia

 

Não é só a Covid-19 que preocupa. Com a carteirinha de imunização em dia, crianças ficam protegidas de outras doenças graves, como o sarampo e a poliomielite. “Há as reações cruzadas, em que uma vacina pode ajudar a prevenir outras infecções”, aponta Patricia.

Higiene

 

Ao chegar da escola (ou de qualquer outro lugar), é fundamental lavar as mãos. Tomar um bom banho e apostar na lavagem nasal são outras medidas importantes no dia a dia para evitar doenças respiratórias e outras infecções.

 

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Fonte: Saúde Abril

Imagem: Science Photo Library/GI/Getty Images

Edição: Site TV Assembleia