Especialista explica sobre relação entre implante de silicone e câncer de mama
Durante um banho, tudo mudou na vida de Janaína Oliveira, de 39 anos. Em novembro de 2021, ela sentiu um caroço na axila direita e procurou ajuda médica. Tempos depois, já em tratamento por linfoma, ela descobriu que a doença estava associada ao implante mamário. O caroço apareceu, segundo Janaína, nove anos e oito meses após colocar silicone nos seios. A partir da repercussão dessa notícia, começaram a surgir muitas dúvidas sobre a relação entre silicone e câncer.
O cirurgião plástico Carlos Tajra participou de entrevista nesta sexta-feira, 13, no Jornal Bom Dia Assembleia do Piauí, e falou sobre a relação entre implante de silicone e câncer mamário. Segundo ele, antes de tudo, o que o profissional deve conversar com a paciente e deixar muito claro é que o implante é um corpo estranho. E existe sempre alguma coisa que pode vir relacionada a esse corpo estranho, inclusive em relação ao silicone, mas não de forma exclusiva.
"Uma pessoa quando tem algum pino, algum parafuso, pacientes que fazem cirurgias de hérnias e coloca telas, são corpos estranhos. Mas isso é muito raro. Mas pode existir essa relação, essa reação contra um corpo estranho. Só que isso é uma coisa muito nova e que não foi ainda descoberto, não foi muito entendido. Será que seria em todas as pessoas, todas as pacientes? Ou será que tem algum fator pré-disposto, de ter algum tipo de doença autoimune, doença do corpo e teria aquela pré-disposição genética, e isso aqui foi um empurrão?", Questionou o médico.
Carlos Tajra explicou que o linfoma acontece onde há um corpo estranho. No caso do silicone, esse corpo estranho faz com que o organismo reaja com a produção de líquidos ao redor do silicone, provocando um processo inflamatório e acontece o linfoma contra esse corpo estranho. "O bom é que se esse tipo de câncer tem um tratamento muito seguro: retirou a cápsula do silicone, é um tratamento que tem um resultado muito bom, de garantia de segurança de que vai ficar curado."
Por outro lado, Carlos Tajar falou sobre a importância do acompanhamento sempre que se vai colocar um silicone. Como a mulher faz normalmente para prevenir o câncer de mama. "Tem que fazer o acompanhamento anual, tem que fazer exames anuais. Tem que ser o mesmo acompanhamento que qualquer mulher faz. É ultrassom, mamografias. Quem tem silicone pode fazer ultrassom. Pode fazer uma mamografia. Pode fazer ressonância, é uma conduta que é normal que seria o dia a dia de todas as mulheres."
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Fonte: TV Assembleia - Imagem: Freepik