Em entrevista ao Bom Dia Assembleia, especialista explica sobre nova classificação da Síndrome de Burnout

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 24/01/2025 11h53, última modificação 24/01/2025 11h53
Saulo Soares fala sobre impactos dessa mudança

A Síndrome de Burnout, até recentemente considerada apenas uma condição de exaustão no ambiente de trabalho, passou a ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma síndrome ocupacional. Em território brasileiro, a classificação desta síndrome como uma questão de saúde pública trouxe importantes implicações para trabalhadores e empregadores, com a inclusão no rol das doenças ocupacionais.

 

Em entrevista Juliana Arêa Leão no jornal Bom Dia Assembleia, desta sexta-feira, 24, o médico do trabalho e advogado Saulo Soares explicou que a síndrome de Burnout se caracteriza por três principais aspectos: exaustão emocional, despersonalização (ou seja, a perda de empatia e o surgimento de atitudes cínicas) e uma sensação de baixa realização profissional. Esses sintomas, frequentemente observados por colegas de trabalho e até mesmo pelos próprios clientes, podem levar o trabalhador a se sentir estafado, realizando suas tarefas de forma mecânica e sem motivação, o que pode culminar em afastamento do trabalho ou até a necessidade de tratamento médico.

 

Como Identificar a Síndrome de Burnout?

 

O diagnóstico da síndrome de Burnout é feito por profissionais de saúde, como médicos do trabalho ou psiquiatras, após uma avaliação clínica dos sintomas. O trabalhador com Burnout geralmente passa a exibir sinais de exaustão extrema, raiva no ambiente de trabalho, cansaço excessivo e, muitas vezes, um comportamento automático no desempenho das suas funções. Em casos mais graves, o paciente pode precisar de medicação ou, em situações críticas, ser afastado do trabalho para tratamento.

 

 A sobrecarga de trabalho, uma realidade enfrentada por muitos trabalhadores no Brasil, está diretamente relacionada ao aumento da incidência de Burnout. No país, é comum que trabalhadores enfrentem jornadas de trabalho de até 12 ou 14 horas, sem perceberem os danos que isso causa à saúde mental e física. Esse cenário tem levado a uma crescente conscientização sobre a importância do equilíbrio entre trabalho, lazer e saúde. A geração Z, por exemplo, tem defendido a jornada de trabalho de 6 horas diárias, como uma forma de buscar um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, sem sacrificar a saúde mental.


Veja a entrevista completa


 

Fonte: TV Assembleia