Desemprego recua na maioria dos estados na média anual para 2021
A taxa média anual de desemprego no Brasil caiu de 13,8% em 2020 para 13,2% em 2021 e esse movimento de queda foi acompanhado pela maior parte das regiões. Além disso, 19 das 27 unidades da Federação também apresentaram recuo nessa taxa anual e três apresentaram estabilidade. Apenas cinco estados tiveram alta na média anual do índice de desocupação. Mesmo assim, essa média anual de desemprego de 2021 ainda é a segunda mais alta desde o início da série em 2012, ficando atrás somente de 2020.
Os dados são do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada recentemente pelo IBGE. A exceção entre as regiões foi a Norte, que teve alta de 0,6 pontos percentuais, passando de 12,5% em 2020 para 13,1% em 2021. O Nordeste se manteve estável, mas ainda assinala a maior taxa do país, fechando 2021 em 17,1%.
Por outro lado, a região Sul foi a única cuja média anual se equiparou ao índice pré-pandemia, assinalando 7,8%, a menor taxa de desocupação anual média do país, após registrar 8,7% em 2020. E o Centro-Oeste vem se aproximando do patamar de 2019 (10,3%), estando em 10,7% em 2021, após chegar a 12,1% em 2020.
"Todas as regiões mostraram expansão no contingente de trabalhadores, o que contribui para a redução da taxa de desocupação em 2021, mas apenas a Sul se encontra com esse indicador abaixo do de 2019, ano anterior ao da Pandemia. ressalta Adriana Beringuy, analista da Pesquisa.
Entre as unidades da Federação, três apresentaram estabilidade ou ficaram próximas dela na média anual da taxa de desocupação em 2021: Acre (15,3%), Paraíba (14,8%) e Ceará (13,4%). Já os que apresentaram alta foram Pernambuco (de 17,2% em 2020 para 19,9% em 2021), Amapá (de 15,0% para 16,6%), Piauí (de 13,2% para 13,6%), Tocantins (de 12,0% para 13,3%) e Pará (de 10,6% para 12,56%). Todos os demais estados tiveram queda em suas taxas.
Na comparação trimestral, todas as regiões tiveram queda
No 4° trimestre de 2021, a desocupação ficou em 11,1% no país, caindo 1,5 ponto percentual em relação ao 3º trimestre de 2021 (12,6%) e 3,0 pontos frente ao mesmo trimestre de 2020 (14,2%). Todas as regiões tiveram queda na taxa ante ao trimestre anterior, sendo que a Nordeste (17,6%) se mantém com o maior índice. Além disso, houve queda no desemprego em 15 unidades da federação, sendo as maiores em Alagoas (2,6 p.p.) e Sergipe (2,5 p.p.).
As maiores taxas de desocupação foram as do Amapá (17,5%), Bahia (17,3%), Pernambuco (17,1%). As menores foram observadas em Santa Catarina (4,3%), Mato Grosso (5,9%) e Mato Grosso do Sul (6,4%).
Desemprego é mais alto na faixa etária de 25 a 39 anos
Ainda no 4º trimestre de 2021, a distribuição dos desocupados nos grupos de idade de 25 a 39 (35,2%) e de 18 a 24 anos (30,8%) apresentou patamar superior ao estimado nos outros grupos etários.
A população ocupada em relação à população em idade de trabalhar (nível da ocupação) alcançou 55,6% no período, apresentando expansão de 1,5 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior e de 4,5 pontos percentuais frente ao 4º trimestre de 2020. Todas as regiões apresentaram crescimento em ambas as comparações.
Regiões Norte e Nordeste têm menor percentual de trabalhadores com carteira
A população ocupada, de 95,7 milhões de pessoas no 4º trimestre de 2021, era composta por 66,9% de empregados (incluindo empregados domésticos), 4,0% de empregadores, 27,1% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,0% de trabalhadores familiares auxiliares. Nas Regiões Norte (33,9%) e Nordeste (30,5%), o percentual de trabalhadores por conta própria era superior ao verificado nas demais regiões.
Além disso, 73,5% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada, sendo que as regiões Norte (59,4%) e Nordeste (56,9%) apresentaram as menores estimativas desse indicador. Entre os trabalhadores domésticos, a pesquisa mostrou que 24,6% deles tinham carteira de trabalho assinada. No mesmo trimestre de 2020, essa proporção havia sido de 25,6%.
Dentre as unidades da Federação, os maiores percentuais de empregados com carteira assinada no setor privado estavam em Santa Catarina (87,9%), São Paulo (81,5%), Rio Grande do Sul (80,9%) e os menores no Piauí (48,6%), Maranhão (50,0%) e Pará (51,1%).
O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 27,1%. Os maiores percentuais ficaram com as regiões Norte (33,9%) e Nordeste (30,5%). As unidades da federação com os maiores percentuais foram do Amapá (38,0%), Amazonas (36,2%) e Pará (35,0%) e os menores, do Distrito Federal (20,9%), Mato Grosso do Sul (23,6%) e São Paulo (23,7%).
A taxa de informalidade no 4° trimestre de 2021 ficou em 40,7% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Pará (62,7%), Maranhão (59,4%) e Amazonas (58,7%) e as menores, com Santa Catarina (27,3%), São Paulo (31,2%) e Rio Grande do Sul (33,0%).
Todas as regiões apresentaram queda no rendimento médio
O rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.447. Esse resultado apresentou redução de 3,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.538) e de 10,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.742).
Na comparação entre o 3º e o 4º trimestre de 2021, apenas a região Centro-Oeste apresentou estabilidade estatística e as demais tiveram queda. Em relação ao 4º trimestre de 2020, todas as regiões apresentaram queda do rendimento médio.
Mais sobre a pesquisa
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.
Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone desde 17 de março de 2020. É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.