Descontrole hormonal pode indicar doenças graves; entenda

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 21/08/2023 13h05, última modificação 21/08/2023 12h15
O excesso ou a falta dessas substâncias pode acarretar uma série de doenças endócrinas em crianças e adolescentes.

O que pensar diante de uma criança mais quietinha e sempre sonolenta? Para os endocrinologistas, esses sintomas podem estar associados a um provável hipotireodismo, considerado por especialistas a doença endocrinológica mais comum da lista de enfermidades relacionadas à desregulação hormonal.

 

O hipotireodismo, se não cuidado precocemente, adverte o endocrinologista pediátrico Cristiano Maciel, evolui para anemia, obesidade e baixo crescimento. Em situação extrema, resulta em comprometimento cognitivo e, em casos congênitos, em risco de morte.

 

Entretanto, pais ou responsáveis pelas crianças e adolescentes não devem ficar sobressaltados, pontua Maciel, que atende crianças e adolescentes até 20 anos em consultório e no Hospital Infantil João Paulo II.

 

De acordo com o médico, apesar de a questão hormonal ser um assunto amplo – já que o todo o funcionamento corpóreo é coordenado por secreções hormonais –, a medicina hoje está preparada para oferecer tratamento para as doenças decorrentes do excesso ou falta dessas substâncias químicas, que regulam a vida do ser humano em sua plenitude. “A maioria das doenças endócrinas não tem cura, mas há tratamento para todas elas”, afirma.

 

Para essa fase da vida, da infância à adolescência, a ciência tem a lista dos problemas endócrinos mais importantes.“São os hormônios do crescimento, da puberdade e os da tireoide”, destaca.

 

Segundo o endocrinologista pediátrico, uma ‘desarmonia na produção” dessas substâncias pode resvalar, entre outros exemplos, em ganho ou perda de peso, na disposição ou falta dela para as tarefas cotidianas, na qualidade ou comprometimento do sono e da memória, chegando até mesmo ao sistema nervoso em geral e aos batimentos cardíacos.

 

“A falta ou excesso de hormônios pode ser decorrente de alguma infecção, lesão ou doença genética que prejudique determinada glândula (responsável por secretar os hormônios)”, explica. Ele disse ainda que o descontrole hormonal, de cunho congênito e genético, pode ser causa também de algum tumor. “Algum tipo de câncer, que pode estar forçando o organismo a produzir o hormônio para mais”, esclarece.

 

Por isso, ressalta, em função de sua complexidade e importância, os hormônios para o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente e o acompanhamento sistemático por um profissional são indispensáveis. “Na falta de um pediatra (quando adolescente, esse profissional passa ser chamado de hebiatra), os médicos de família estão habilitados a fazer esse diagnóstico e o encaminhamento para o especialista, quando necessário”, afirma.

 

TESTE DO PEZINHO


Cristiano Maciel lamenta que estão ficando cada vez mais comuns no Brasil não só as baixas taxas de vacinação, mas também o índice crescente de perda do teste do pezinho, que deve ser feito na primeira semana de vida do bebê. "O ideal é colher o sangue entre o terceiro e quinto dia. Passou do quinto dia, pode haver sequelas", orienta, em caso de haver doença detectável pelo teste.

 

Hoje, no Sistema Único de Saúde (SUS), ensina o médico, o teste do pezinho avalia oito tipos de doenças. "Mas está para ampliar para 20", informa. Na rede privada, essa avaliação é ampliada para 20, 40 e já está disponível um tipo de teste que alcança 300 enfermidades.

 

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Fonte: Estado de Minas

Imagem: Freepik

Edição: Site TV Assembleia