Covid: importância da vacina bivalente para grupos prioritários

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 10/03/2023 13h22, última modificação 10/03/2023 13h22
Vacinação é uma das prioridades do governo federal para reconstrução do SUS, da confiança nas vacinas e da cultura de imunização no país

Brasil, considerado um país pioneiro e referência internacional em campanhas de vacinação, vem apresentando retrocessos nesse campo. Praticamente todas as coberturas vacinais estão abaixo da meta e o Movimento Nacional pela Vacinação chegou para reverter esse grave quadro. Em um primeiro momento, a vacinação será com doses de reforço bivalentes contra a Covid-19 em pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da doença, como idosos acima de 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes, indígenas, ribeirinhos e quilombolas.

 

Em seguida, conforme o avanço da campanha e o cronograma de entrega de doses, outros grupos serão vacinados, como as pessoas entre 60 e 69 anos, as pessoas com deficiência permanente, os trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas e a população privada de liberdade. Esses grupos precisam ficar atentos às informações de seus municípios para saber o momento de procurar uma unidade de saúde.

 

O esquema vacinal para esses grupos prioritários será de uma dose da vacina Covid-19 bivalente da Pfizer para pessoas a partir de 12 anos de idade que apresentarem, pelo menos, o esquema primário completo de duas doses com vacinas monovalentes, respeitando o intervalo mínimo de 4 meses da última dose recebida.

 

Confira abaixo porque cada pessoa desses grupos prioritários deve se vacinar com a dose de reforço.


Pessoas com 60 anos de idade ou mais


O envelhecimento é um fator de risco importante para doença grave e óbito por Covid-19. Com o passar dos anos, a função imunológica, que protege o nosso corpo contra infecções, começa a apresentar queda, torna-se menos eficaz e isso tem relação com a idade.

 

De acordo com um relatório produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com base no perfil dos casos hospitalizados ou óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 no Brasil, notificados até agosto de 2020, há maior risco para óbito a partir de 55 anos, sendo que a partir de 60 anos o risco, tanto para hospitalização quanto para óbito por Covid-19, foi duas vezes maior quando comparado à totalidade dos casos. Esse risco chegou a 8,5 para hospitalização e 18,3 para óbito entre idosos com 90 anos e mais.

 

Pessoas vivendo em instituições de longa permanência


Pessoas que vivem em instituições de longa permanência, de um modo geral, têm um acúmulo de doenças crônicas, aumentando o risco de complicações e mortes por Covid-19. As doenças infecciosas em grupos que permanecem em ambientes fechados podem se espalhar mais rapidamente.

 

Trabalhadores da saúde


Com o passar do tempo e a consequente redução da efetividade dos imunizantes contra a doença, além da maior exposição desse grupo à Covid-19 - ou seja, maior risco de adoecimento, licença do trabalho e complicações - há necessidade de priorizar a vacinação desses profissionais.

 

Imunocomprometidos


Pessoas imunocomprometidas são aquelas cujos mecanismos de defesa (sistema imunológico) estão comprometidos. É comum em pessoas:

 

  • transplantadas de órgão sólido ou de medula óssea;
  • vivendo com HIV;
  • com doenças inflamatórias imunomediadas em atividade e em uso de corticoides;
  • em uso de imunossupressores e/ou imunobiológicos que levam à imunossupressão;
  • com erros inatos da imunidade (imunodeficiências primárias);
  • com doença renal crônica em hemodiálise;
  • em tratamento oncológico que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterapia nos últimos seis meses;
  • com neoplasias hematológicas (leucemia, mieloma e linfoma).


Gestantes e puérperas


A infecção pela Covid-19 em gestantes e puérperas está associada a aumentos na morbidade e mortalidade materna quando comparados à Covid-19 em mulheres não grávidas. A vacinação contra o coronavírus durante a gravidez e puerpério tem sido recomendada amplamente para prevenir doenças graves e mortes nesta população.

 

Além disso, os bebês têm risco de complicações associadas à doença, incluindo insuficiência respiratória e outras complicações graves. Logo, a transferência de anticorpos maternos para o feto é um benefício adicional da vacinação de gestantes.

 

População indígena, ribeirinhos e quilombolas


No Brasil, populações indígenas convivem, no geral, com elevada carga de morbimortalidade, com o acúmulo de comorbidades infecciosas, carências ligadas à contaminação ambiental, assim como doenças crônicas, aumentando o risco de complicações e mortes por Covid-19. Doenças infecciosas nesses grupos tendem a se espalhar rapidamente e atingir grande parte da população.

 

Da mesma forma estão as populações ribeirinhas e quilombolas, que tendem a apresentar uma transmissão do vírus mais intensa, considerando vários aspectos de vulnerabilidade existentes.

 

Pessoas com deficiência permanente


Há o entendimento que pessoas com deficiência permanente fazem parte de um grupo populacional que têm diversas barreiras para adesão a medidas não farmacológicas, como uso de máscaras e limitação de acesso aos tratamentos disponíveis.

 

População privada de liberdade e adolescentes cumprindo medidas socioeducativas


A população privada de liberdade e adolescentes cumprindo medidas socioeducativas são suscetíveis a doenças infectocontagiosas, como demonstrado pela prevalência aumentada de infecções transmissíveis nesse grupo em relação à população em liberdade. A dificuldade de adoção de medidas não farmacológicas efetivas nos estabelecimentos torna esse grupo propenso para ocorrência de surtos.

 

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Fonte: Ministério da Saúde

Imagem: Foto: Julia Prado/MS

Edição: Site TV Assembleia