Coronavírus pode sobreviver na comida e em embalagens, diz estudo

por Antônio Luiz Moreira Bezerra publicado 15/12/2022 08h10, última modificação 14/12/2022 21h43
A nova pesquisa testou a presença e a taxa de sobrevivência do coronavírus em uma série de alimentos

Certamente, uma pandemia transformou a vida como a conhecíamos e ainda tem grandes impactos no mundo todo. Logo no início da pandemia, muita gente se questionou se era possível contrair o novo coronavírus, causador da Covid-19, por meio dos alimentos e até das embalagens de produtos.


Segundo reportagem do site Tasting Table, embora a Food Standards Agency (FSA) (órgão que regulamenta os alimentos, nos Estados Unidos) tenha publicado uma pesquisa em 2020 expressando que era muito influenciado que o vírus da Covid sobrevivesse em alimentos e embalagens, um novo estudo realizado pela Universidade de Southampton, em conjunto com a FSA, confirmado como taxas exatas de sobrevivência do vírus nesses ambientes.


A nova pesquisa testou a presença e a taxa de sobrevivência do coronavírus em uma série de alimentos, como pães, carnes e vegetais, e em diversas embalagens próprias para acondicionar comida. E, de acordo com o estudo divulgado pela Food Safety News, o coronavírus consegue, sim, sobreviver em alimentos e embalagens, mas com taxas de sobrevivência variáveis.


No caso de itens como croissants, azeitonas e maçãs, a queda na quantidade de vírus pode ocorrer em questão de horas, graças ao potencial inibidor naturalmente presente nessas comidas, como o ovo pincelado no croissant ou os flavonóides dos vegetais e cascas de frutas. No entanto, itens como presunto e queijo apresentaram altos níveis do vírus mesmo após uma semana, o que pode estar relacionado às maiores concentrações de umidade, gordura e proteína nesses alimentos.


Quanto às embalagens, todos os materiais analisados, como alumínio e alguns tipos de plástico, apresentaram contaminação significativa ao longo de 24 horas, mesmo em condições de umidade.


Consumidores não precisam se preocupar


“Nos alcances iniciais da pandemia, não sabíamos muito sobre como o vírus sobreviveria em diferentes superfícies e embalagens de alimentos, então a avaliação de risco foi baseada em uma suposição de pior caso”, explicou Anthony Wilson, líder da Microbiológica Equipe de Avaliação de Risco (via FSA).


Porém, as novas descobertas confirmam que a maioria dos produtos e materiais de embalagem representam pouco risco para o bem-estar da população, pois as taxas de contaminação viral normalmente despencam nas primeiras 24 horas. O risco é minimizado ainda mais quando os alimentos são manuseados honrosamente para evitar a transmissão de quaisquer patógenos.


É por isso que a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA recomenda lavar as mãos antes e depois de manusear os alimentos e suas embalagens, além de desinfetar regularmente as superfícies da cozinha e ter o cuidado de armazenar os alimentos para evitar a conservação e a contaminação cruzada – mesmas recomendações aplicadas aqui no Brasil pelos órgãos competentes nacionais.


De acordo com Wilson, “esta [nova] pesquisa nos fornece informações adicionais sobre a estabilidade do coronavírus nas superfícies de uma variedade de alimentos e confirma que as suposições que podem nos aumentar inicialmente da pandemia eram favoráveis e que a probabilidade de você pegar Covid por meio de alimentos é muito baixa.”

 

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Fonte: IstoÉ

Imagem: Pexels

Edição: Site TV Assembleia